RICARDO HERZ lança seu 11º álbum, SONHANDO O BRASIL

Violinista apresenta disco de celebração de 20 anos de carreira em trio com o pianista Fábio Leandro e o baterista e percussionista Pedro Ito

 

OUÇA AQUI:  http://tratore.ffm.to/SonhandoOBrasil

 

Sonhando o Brasil. Esse é o título do 11o. álbum do violinista Ricardo Herz, lançado hoje, dia 26 de julho nas plataformas digitais. Composto por músicas inéditas, esse trabalho é uma jornada envolvente através de ritmos e sonoridades que compõem a essência vibrante do Brasil, como o côco, maracatu, frevo, samba, xote, o afro-brasileiro vassi, entre tantos outros.

 

Nesta obra, que enaltece a riqueza musical de um país imaginário, Herz, conhecido por sua habilidade excepcional no violino e rabeca, está ao lado de um elenco de talentosos músicos em uma nova formação de trio, com Pedro Ito na bateria e percussão, e Fábio Leandro ao piano. Esta sinergia musical se expande ainda mais com as participações especiais de Lea Freire na flauta, Tatiana Parra nas vozes e Zé Luís Nascimento na percussão, participam também do disco, adicionando camadas de profundidade e textura ao som característico de Herz.

 

Sonhando o Brasil é também uma celebração de 20 anos de uma carreira dedicada à música e à arte. Desde seu primeiro disco como solista, Ricardo Herz tem encantado o público com sua expressão única e sua paixão pela música brasileira. Este álbum marca uma nova fase em sua jornada, uma oportunidade para refletir sobre o passado e vislumbrar o futuro.

 

O disco é uma expressão de um país imaginário onde a alegria, a espontaneidade, a dança e o amor fluem livremente. “Eu escolhi o que o nosso país tem de melhor: a alegria, a espontaneidade, a dança, as melodias, o carinho, a receptividade, generosidade e o amor”, reflete Herz, e conclui, “nesses tempos loucos em que vivemos, tanto interna como externamente, espero que a minha música venha cheia desse lado bom, militando pela celebração da vida em comunidade”. Desde a concepção até a produção final, Sonhando o Brasil foi um processo meticuloso. Cada etapa, desde a escrita do projeto até a gravação, mixagem e produção, foi realizada com cuidado artesanal e atenção aos detalhes. As músicas refletem não apenas a evolução de Herz como músico e pessoa ao longo de sua carreira, mas também a riqueza de influências e experiências que moldaram sua visão musical única. Amigos de longa data, amigos novos e alguns de seus ídolos, fizeram parte desse projeto.

 

 REPERTÓRIO

 

Todas as músicas foram escritas por Ricardo Herz.

A concepção dos arranjos também, mas com muitas contribuições nos ensaios de Fábio Leandro e Pedro Ito.

 

1 Coco Embolado

2 Afrosudamérica

3 Dicharachero (Alegre)

4 Cenas do Magrebe (Feat. Tatiana Parra – voz)

5 Melodiemonos (Feat. Léa Freire – flauta)

6 Siribobéia (Feat. Tatiana Parra – voz)

7 Sombo Chambado (Feat. Tatiana Parra – voz, Zé Luis Nascimento – percussões)

8 Sonhando o Brasil no Frevo (Feat. Léa Freire – flauta e flauta baixo)

9 Cavalo Marinho

10 Pé Desliza

 

FAIXA A FAIXA

 

Coco Embolado 6:39   (Coco)   

Ricardo Herz – violino e composição

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

 

O côco é um gênero musical muito diverso. A gente chama de côco desde os de embolada ( geralmente cantados improvisados,  com o acompanhamento de um pandeiro) até os com banda de muitos instrumentos como os gravados pelo Jackson do Pandeiro, ou os côcos de terreiro, como os tocados pelo grupo Bongar, de Olinda, de quem sou muito fã. Nessa música eu fiz uma homenagem a vários. Tem uma parte que parece uma cantiga, com perguntas resposta, nos solos de bateria e de piano, usei um breque que ouvi nos shows do Bongar. No solo de violino pensei num improviso bem sertanejo e depois um coco de embolada. É uma grande homenagem às diversas possibilidades do côcos.

 

Afrosudamérica 6:00 (Vassi) 

Ricardo Herz – violino e composição

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

 

Essa composição eu fiz inspirado no ritmo Vassi, que vem da grande tradição da percussão religiosa afro-brasileira (o Pedro começa a música com essa clave e  faz um solo em cima dela no final).  Quando comecei a compor o tema, em forma de oração em cima da clave, percebi que vários acentos e inflexões da melodia me remetiam a ritmos sul americanos, daí o nome. No momento do solo, me veio a vontade de usar também o espírito do blues… ficou uma mistura de diversas influências africanas nas Américas.

 

Dicharachero (Alegre) 5:17  (Merengue venezuelano estilizado)  

Ricardo Herz – violino e composição

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

 

A música tradicional latino americana é baseada na dança. É raro que a nossa dança use ritmos ímpares fora o 3… uma exceção é a do Merengue Venezuelano , que tem um compasso de 5 tempos, que soam como uma valsa meio torta.   Essa música eu fiz inspirado nesse ritmo. É uma inspiração, somente. Depois a ideia foi a de misturar com as minhas referências brasileiras, né? Nessa o Pedro Ito usou percussões no começo. Eu adoro esse jeito do Pedro de misturar muito organicamente a percussão com bateria. Solo lindo do Fábio, no Final, também. Valeu, meus irmãos de som.

 

Cenas do Magrebe 5:50 (Chacarera/Chaabi) 

Ricardo Herz – violino,  composição e vozes

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

Part. esp: Tatiana Parra – vozes

 

Eu conheci o ritmo do chaabi quando estudei na França, na escola do Didier Lockwood, o CMDL. Esse ritmo é originário do Magrebe, a região do norte da África onde fica a Tunísia, Argélia e Marrocos. Eu adorei o ritmo, principalmente a leitura dele que faz o grande baterista Karim Ziad. Eu ouvia sem parar os discos dele. O Karim dava aulas lá no CMDL e chegamos a tocar juntos em alguma aula de música de conjunto em que faltou o baterista e vimos o quanto ritmos brasileiros tem parentesco com os ritmos do Magrebe. Não é à toa, já que a península ibérica foi dominada por 700 anos pelos povos mouros dessas regiões (inclusive foi uma época de ouro para a ciência e conhecimento). Nessa música eu me inspirei no chaabi mas fizemos uma mistura com um ritmo argentino, a chacarera, que acho que têm super a ver também. Depois de gravar com o trio, coloquei em casa também o canto, palmas e um pandeiro marroquino e a Tati Parra colocou vozes. Virou uma festa multicultural.

 

Melodiemonos 5:40 (Toada)  

Ricardo Herz – violino, composição e voz

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

Part. esp: Léa Freire – flauta

 

Eu tinha acabado de ler alguma notícia sobre uma guerra… um ataque que eu sabia que seria seguido de muita coisa ruim, sobre as quais eu não tenho nenhum controle…  eu pensei que o único controle que eu poderia ter era o de compor algo que chamasse à contemplação e à esperança. Uma melodia bonita.  Essa toada nasce da vontade de melhorar  um pouco a nossa vida. Pro disco, eu tive a super honra de ter a participação especial da minha ídola mor, a grandíssima Léa Freire, que dividiu a melodia comigo e com o Fábio e depois dividiu o solo comigo. Obrigado de coração, Léa. Por ter participado e pelas suas composições, que me inspiraram tanto.

 

Siribobéia 7:31 (Maracatu em 7/4) 

Ricardo Herz – violino, composição e vozes

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

Tatiana Parra – vozes

 

Siribobéia é uma bagunça, uma situação confusa, no linguajar popular.  Essa música em ritmo de maracatu estilizado, no compasso de 7/4 . O maracatu já é um ritmo que te tira do chão de uma maneira muito inspiradora. Em 7/4, tira mais ainda. O primeiro tema é mais rítmico, baseado nas levadas de caixa e maracatu, nas melodias das músicas ímpares do Lenine, usando a melodia nas notas das tensões dos acordes. Na segunda parte, uma melodia bem cantada, alongada, que teve a participação da super Tati Parra, nas vozes, comigo, na segunda exposição. O solo do piano é dentro de um mantra de maracatu em sete. Nessa o trio todo sola. E prá fechar tem uma parte que foi composta assim: eu gravei uma levada (essa que usamos no final) e depois fiz um improviso livre de voz. Depois escrevi as frases e reaprendi com violino. Nessa gravação, além do trio, eu e a Tati gravamos vozes dobrando o violino e sublinhando as partes mais importantes das frases, como nas respostas que acontecem no rap. Gostei muito desse resultado. Ficou uma viagem.

 

Sombo Chambado (Samba Choro ou Choro Sambado?) 4:04 

Ricardo Herz – violino, composição e vozes

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

Zé Luís Nascimento – percussão

Tatiana Parra – vozes

 

E a polêmica?  Samba choro ou choro sambado? Sombo Chambado, para dar mais polêmica ainda… Aqui um choro com ritmo de samba , que eu compus pensando no Jacó do Bandolim misturado com Laércio de Freitas. Nessa além do Pedro e Fábio, que arrasaram, tive a honra de ter as participações da Tati Parra na voz e Zé Luís Nascimento nas percussões. Que delícia poder ver essa  música crescer na mão de músicos e pessoas tão queridas. Obrigado pela amizade e por serem tão incríveis.

 

Sonhando o Brasil no Frevo 6:39 (Frevo/Instrumental) 

Ricardo Herz – violino, composição e voz

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

Léa Freire – flauta e flauta baixo

 

Essa música, que dá nome ao disco, começa com um frevo um pouco caótico e com harmonia sinistra: é um retrato do Brasil que eu via na época que eu compus. A atmosfera da música vai se desanuviando aos poucos até chegar num frevo mais alegre. A segunda parte, mais lenta e sonhadora é como se fosse o contrário de um frevo: é uma música estática, onde o violino mantém um ostinato ( um padrão que se repete) e a flauta da Léa  e o piano do Fábio  fazem uma grande melodia por cima). Essa melodia remete à vontade de um Brasil feliz e iluminado. Depois disso, volta o frevo, com alegria e esperança.

 

Cavalo Marinho 6:53 (Reisado) – Homenagem ao Mestre Luiz Paixão e à família Barroso e Mestre Totó

Ricardo Herz – violinos, rabecas e composição

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

 

Aqui vai uma homenagem ao mundo de reisados nordestinos (que muitas vezes, usam rabecas e violinos).  Nessa aparece um de pernambuco (o cavalo marinho) e uma festa de reis do Ceará, que eu conheci através da familia Barroso, de Cachoeira do Fogo. Eu conheci algumas toadas e baiões de cavalo marinho já faz alguns anos, nas mãos e rabecas do saudoso Mestre Luiz Paixão, grande rabequeiro da Zona da Mata, de Pernambuco (a música abre com uma citação que eu fiz de uma toada que eu conheci com ele). Mais pro meio da música, no solo, eu fiz também várias citações de “baiões de caretas”. No começo de 2024, quando eu e a Vanille e uma amiga (Anouk) fomos visitar essa família incrível, como pessoas e como artístas, a família Barroso. Seu Antônio, Zé e Toninho Barroso são grandes detentores da tradição de rabeca e das danças de lá. Nos mostraram não só o reisado de lá como fizeram um São Gonçalo fora de época para a gente ver. É um exemplo da generosidade do povo Brasileiro do interior. Muito obrigado a essa gente tão querida , generosa e musical – tanto os Barroso como o Seu Luiz Paixão (que também recebia tanta gente na sua casa). Esse é o Brasil que a gente sonha e quer .

Uma outra curiosidade dessa faixa: eu tentei usar um temperamento e afinação nos violinos e rabecas que imita a que eu ouço nas rabecas do Seu Luiz – pro ouvido desavisado, pode soar “desafinado” , mas na verdade vários rabequeiros usam um outro tipo de temperamento, que tão um sabor único. Eu tentei chegar perto desse sabor.

Destaque na gata pro Fábio Leandro e Pedro, também, que arrasaram nessa concepção de releitura psicodélica meio jazzística e egbertiana do cavalo marinho e “baião de careta”.

 

Pé Desliza 4:56 (Xote) 

Ricardo Herz – violino e composição

Pedro Ito – bateria e percussão

Fábio Leandro – piano

 

Nesse xote eu imagino um casal dançando e improvisando voltas no salão, mudando de sentido, se surpreendendo. Conceber um xote instrumental pra mim é sempre um desafio: tem que ter cara de xote (não pode ser tão cabeça) mas tem que ter um tchans de desafio musical. Na o Pé Desliza, esse desafio vem das modulações que vão ficando cada vez mais caóticas. O solo é dividido entre piano e violino e a gente brinca com essas reviravoltas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com informações: Débora Venturini  Assessoria de Comunicação

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