ARRIGO BARNABÉ + TRISCA lança álbum Arrigo Visita Itamar

Ouça aqui: https://orcd.co/arrigovisitaitamar

 

Vídeo:  https://youtu.be/qV5dBZ02BxE?feature=shared

 

A gravadora Atração lança nas plataformas em áudio e vídeo “Arrigo Visita Itamar” com Arrigo Barnabé e a banda Trisca (trio derivado da Isca de Polícia), gravado ao vivo, em dezembro de 2023, no teatro Centro da Terra, em São Paulo.

 

“Foi um presente da Atração. A gente não tinha a menor pretensão. Usei uma performance antiga que eu fazia com uma máquina de escrever (isso em 1982/1983!!) como fio condutor. E a Trisca realmente arrasou. Então a máquina de escrever ficou também como uma espécie de “elo mediúnico” que me permitia conversar com o Itamar no além. O Itamar me disse várias vezes que a gente já se conhecia de outras vidas, e que a gente iria se encontrar de novo, em uma nova vida. Ele falava isso com muita certeza mesmo.” (Arrigo Barnabé).

 

A ideia desse projeto começou quando Arrigo Barnabé participou como convidado de um show com a banda Isca de Polícia, no Sesc 24 de maio, em janeiro de 2022, e ele disse ao Paulo Lepetit (baixista e diretor musical da banda), que gostaria de fazer um trabalho interpretando músicas do Itamar Assumpção.

 

Começaram a pensar no projeto, que se concretizou em um show apresentado no Sesc Pompeia, em 2023. No seu desenvolvimento, Arrigo acrescentou às músicas do Itamar algumas canções de artistas que ele sempre gostou muito de cantar.

 

Devido ao sucesso, seguiram com apresentações em outros locais, até que no final do ano passado, Wilson Souto, da gravadora Atração, assistiu à apresentação, no Sesc Consolação, e propôs ao Arrigo registrar o projeto.

 

Resulta daí, um trabalho audiovisual ousado e inovador, com uma nova linguagem musical derivada de duas vertentes da chamada Vanguarda Paulista: Arrigo Barnabé e Isca de Polícia, em que Arrigo e Trisca não apenas revisitam algumas canções da obra de Itamar, mas também de outros compositores vanguardistas (em suas épocas).

 

Itamar Assumpção

 

Itamar Assumpção, natural de Tietê, interior de São Paulo, foi um compositor, cantor, instrumentista, arranjador e produtor musical, que se destacou na cena independente e alternativa de São Paulo nos anos 1980 e 1990. Foi exímio baixista e tocou, antes da carreira solo, na banda de seu amigo Arrigo Barnabé, com quem também morava. Seu primeiro trabalho “Beleléu, Leléu, Eu” foi lançado pelo selo Lira Paulistana em 1980, criado por Wilson Souto, Chico Pardal e Plínio Chaves. Seu trabalho provocador, fora dos padrões, repleto de pausas gerando silêncios, ainda é tensionado em uma posição crítica frente às exigências mercadológicas. Faleceu em 2003.

 

Arrigo Barnabé  

 

Arrigo Barnabé é compositor, cantor, ator e pianista brasileiro. Estudou composição na Universidade de São Paulo (USP). Arrigo surgiu na cena musical brasileira, em 1979, no festival universitário da TV Cultura, com a música “Diversões Eletrônicas”. No mesmo ano, apresentou “Sabor de Veneno” no Festival da TV Tupi de São Paulo. Em 1980, lançou o LP “Clara Crocodilo”, considerado marco inicial da Vanguarda Paulista. Com arranjos dissonantes, logo se destaca no movimento musical que se desenvolve pela capital paulista, tendo como centro de difusão, o Teatro Lira Paulistana, idealizado por Wilson Souto. Em 1984, com o lançamento do LP “Tubarões Voadores”, Arrigo se estabelece como ícone da Vanguarda Paulista. Colabora com cineastas como Rogério Sganzerla (como ator) e Chico Botelho (como ator e compositor da trilha sonora). Compõe óperas e missas com música para percussão e piano.  Como intérprete fez shows cantando Lupicínio Rodrigues (“Caixa de Ódio”) e Roberto/Erasmo Carlos (“Que vá tudo pro inferno”), entre outros. Em 2019, Arrigo lançou seu primeiro livro “No Fim da Infância”, publicado pela Grafatório Edições. A obra, autobiográfica, reúne memórias escritas por Arrigo Barnabé para diversos veículos. Em 2021, foi tema do filme ”Amigo Arrigo”, dirigido por Alain Fresnot  e Junior Carone. Apresenta, desde 2004, o programa Supertônica na rádio Cultura FM.

 

Banda Trisca 

 

A banda Isca de Polícia foi criada, em 1979, por Itamar Assumpção para acompanhá-lo em discos e shows. Juntos gravaram vários álbuns, além de participações em trabalhos de outros artistas, como Ney Matogrosso. Participaram de importantes projetos musicais, tanto no Brasil quanto no exterior, tendo excursionado por países como Alemanha, Suíça, Áustria, Holanda, entre outros. Em 2022, a “cozinha da banda”, baixo, bateria e guitarra, foi convidada por Arrigo Barnabé para desenvolver um novo show baseado na obra de Itamar Assumpção. Daí surgiu o nome Trisca com Paulo Lepetit no baixo e direção musical, Marco da Costa na bateria e Jean Trad na guitarra.

 

Faixa a Faixa por Arrigo Barnabé

 

“O Que Tem Nessa Cabeça”

 

A pretexto de uma carta para Itamar, fiz uma paráfrase de “Cabeça” do Walter Franco.

 

“Quando Eu Me Chamar Saudade”

 

Essa é a cara do Itamar, embora seja do Nelson Cavaquinho. É a história do artista que não é reconhecido em vida, só “quando eu me chamar saudade”. Adoro cantar essa música. Adoro samba.

 

“Fico Louco”

 

Nós morávamos juntos no Bexiga quando o Itamar compôs. Eu adorava cantar gritando como um louco. A coisa do “Fico Louco” é bem anos 1970, era a cara daquela época. Ele mudou a letra várias vezes, mas era aquela coisa Hélio Oiticica, seja marginal seja herói.

 

“Tristes Trópicos”

Essa o Itamar fez sobre um poema do Ricardo Guará, no final dos anos 1980. O Guará também morava com a gente no Bexiga. Bom, o Guará fez um trava-língua e tanto com “Tristes trópicos”, e o Itamar encontrou um jeito de encaixar as palavras numa melodia curta, com um caráter de “mantra”, muito bem solucionado.

 

“Oh Maldição”

 

Eu escrevi essa letra em 1972/73. Escrevi datilografando numa velha maquina portatil Remington que era do meu pai. Nós morávamos numa república na Rua Dr Virgilio de Carvalho Pinto, em Pinheiros. Eu escrevi e deixei jogado em algum lugar, nem pensei que poderia virar música. O meu irmão Paulo encontrou o texto e musicou sem que eu soubesse. Depois ele me mostrou, e era legal como ele tocava com suingue o violão. Quando o Itamar veio pra São Paulo, no final de 1974, acabamos morando todos juntos e o Itamar gostava muito dessa música, e acabou gravando, muito teatralmente como sempre.

 

“Errei Erramos”

 

Do Ataulfo Alves, eu adorava a gravação do Orlando Silva (a primeira) com arranjo pra orquestra do Radames Gnatalli. A orquestra super suingada e o Orlando Silva espetacular. Sempre tive vontade de cantar. O Lepetit que havia feito o arranjo dela para o disco Itamar canta Ataulfo, fez esse novo arranjo, gostei muito, conservou a vivacidade rítmica do original com uma vestimenta mais contemporânea.

 

“Dor Elegante”

 

Bom, essa é um clássico do Leminski/Itamar. Exemplo de parceria bem sucedida, muito regravada (lembro pelo menos da Zélia Duncan), ela começa o momento dor no show.

 

“O Relógio do Rosário”

 

Bom, esse poema do Drummond eu decorei em 2012, por aí. Adorava declamar esse poema que fala da dor de maneira tão ampla “…vivendo estamos para doer, estamos doendo…” (como diria Siddharta Gautama, o primeiro Buda né?)

 

“De Mais Ninguém”

 

Quando a gente estava preparando o repertório, aconteceu uma coisa curiosa. Aqui no prédio onde moro, a síndica coloca todo mês ao lado do elevador no térreo, um poema, ou um texto poético. Nessa época ela colocou um poema do Arnaldo Antunes. E a gente via o poema sempre que entrava no elevador, talvez isso tenho feito eu me lembrar de uma música que ouvi num show da Marisa Monte nos anos 1990, uma música que eu havia gostado muito. Quando fui ao camarim perguntei ao Arnaldo de quem era aquela música, e ele disse que era dele. Daí eu falei pro Lepetit que tinha um samba do Arnaldo Antunes que a Marisa cantava e que eu gostava muito. Ele localizou, então descobrimos que a música era da Marisa e a letra sim, do Arnaldo. E a música falava sobre dor também. Bom, estava consolidado o momento “dor” do show.

 

“Mal Menor”

 

Quando o Itamar me mostrou essa música eu fiquei encantado. Achei muito inteligente, um achado! Além do humor implícito. Comecei a cantar em meus shows, e acabei gravando, no CD “Façanhas” do selo Camerati. Agora com o Trisca revivemos um pouco o clima da versão original do Itamar. Ele brincava comigo cantando: te darei abrigo, se quiser Arrigo, se for pra brigar por você também brigo, pra tudo conte comigo.

 

“Luz Negra”

 

“Luz Negra” sempre foi cultuada por nós, lembro que o Itamar gostava muito, uma canção sobre a dor e solidão. E uma luz negra só poderia ser produzida por um sol antípoda, um anti-sol bem como o Itamar era.

 

“Noite Torta”

 

É das que eu mais gosto do Itamar. Ele me mostrou quando eu estava procurando repertório para um CD da Tetê Espíndola (“Só Tetê”). Foi impactante. Reconheci bastante a nossa vivência de interioranos em São Paulo. Filosófica.

 

“O Sentido do Samba”

 

O Sergio Espíndola estava fazendo um samba e me mostrou durante um ensaio aqui em casa. Comecei a fazer a letra na hora. Fiquei muito feliz com essa parceria. Gostaria que o Itamar tivesse ouvido. (mas ele deve estar ouvindo né?). O Lepetit fez um belo arranjo.

 

“Na Cadência do Samba”

 

Essa do Ataulfo Alves, o Itamar gravou, também com arranjo do Paulo Lepetit. Pra nossa versão ele partiu do arranjo original e acrescentou algumas coisas que ficaram muito legais, umas dissonâncias e uma coisa meio rock, gosto muito.

 

“Nego Dito/ Clara Crocodilo”

 

Bom, eu ouvi o “Nego Dito” assim que ele compôs. Ficou evidente que ele havia encontrado a pedra angular do seu trabalho. Isso foi em 1979. Era o elogio da marginalidade, tão cultuado naqueles anos via Helio Oiticica (do qual Clara Crocodilo também fazia parte). Ficamos, eu e o Paulinho Lepetit, uma noite na casa dele, tentando encontrar uma levada que colocasse o “Nego Dito” em 7/4, mesmo compasso do “Clara Crocodilo”. Uma hora apareceu a linha do baixo, e as coisas funcionaram, conseguimos fazer a fusão entre as duas músicas.

 

Ficha Técnica

 

Produtor Fonográfico: Atração
Direção Geral: Ana Maria T. Mendez e Wilson Souto
Produção executiva: Chico Pardal
Arrigo Barnabé: Voz e teclado
Paulo Lepetit: Baixo, arranjos e backing vocal Jean Trad: Guitarra e backing vocal
Marco da Costa: bateria e backing vocal

 

Concepção cênica: Arrigo Barnabé
Iluminação: Cristina Souto
Produção: Nicole Wolfensberger
Fotografia: Stela Honda
Direção audiovisual: Beto Mendonça
Captação de áudio: Rodrigo Carraro
Edição e Finalização: Beto Mendonça e Gabi Oliveira
Mixagem: Beto Mendonça e Paulo Lepetit Masterização: Beto Mendonça
Estúdio 185 Apodi – para Gravadora Atração

Teatro Centro da Terra
Direção: Keren Ora Admoni Karman
Curadoria de música: Alexandre Matias

 

Gravadora Atração

 

Trabalhando pela diversidade da música brasileira, a Atração é uma gravadora independente, brasileira, com sede em São Paulo, que tem em seu catálogo, importantes e representativos artistas dos mais diferentes gêneros da música nacional.  Há 28 anos no mercado da música, a Atração se especializou no mercado digital, marketing das mídias sociais, na produção, divulgação, sincronização, edição autoral e distribuição de conteúdos próprios e de terceiros. Sua marca é a valorização da diversidade e da memória musical brasileira. Em parceria com os importantes players do mundo, a Atração está presente em mais de 40 países com atuação marcante no YouTube em quatro canais: Atração Divulga, Brazil Música, Cultura Reggae e Atração Católica.

 

https://www.atracao.com

https://www.instagram.com/gravadoraatracao https://www.tiktok.com/@atracaodivulga

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Com informações: Bebel Prates Assessoria de Comunicação

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