“BAIÃO GRANFINO”: Novo projeto do cantor e compositor Jorge Du Peixe traz versões das músicas de Luiz Gonzaga
O primeiro single do álbum, “Rei Bantu”, acaba de ser lançado em todas as plataformas de streaming
Ouça ou baixe aqui: https://bfan.link/rei-bantu-1
Jorge Du Peixe aproveitou esse momento de pausa nos shows da banda Nação Zumbi para formatar e processar um novo projeto: o álbum “Baião Granfino”, que vai reunir versões das músicas de Luiz Gonzaga, uma das mais importantes figuras da música popular brasileira. O primeiro single, “Rei Bantu”, acaba de ser lançado em todas as plataformas de streaming nesta sexta-feira, 30 de julho.
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O trabalho abre espaço para novas propostas sonoras e arranjos criativos que exaltam a obra do Rei do Baião, aliado a interpretação potente de Du Peixe. Para o cantor e compositor pernambucano é uma honra e um desejo antigo se concretizando: “Faz parte da minha memória afetiva. Quem é do Nordeste cresce ouvindo as melodias de Luiz Gonzaga.”, diz.
O single “Rei Bantu” apresenta o álbum “Baião Granfino” que terá 11 faixas, com produção de Fábio Pinczowski, e lançamento em setembro, pelo selo Babel. “Acho essa música muito importante por dois motivos: primeiro por não ter muitas versões conhecidas pelo público, e depois por ligar o maracatu ao baião. No disco ela ganha um peso muito forte, afinal, como diz a letra, Jorge é um dos nossos ‘reis do maracatu.’”, revela o produtor.
“É uma música forte que exalta as nações de maracatu, gênero originalmente pernambucano. É também um grito de resistência e empoderamento”, conta Du Peixe, que convidou os músicos Mestrinho, Carlos Malta, Pupillo e Swami Jr., para participarem da faixa.
A gravação contou ainda com um coro feminino, formado pelas cantoras Victória dos Santos, Naloana Lima e Sthe Araújo, que remete aos clássicos do samba. “O baião está ali presente, ele é universal. Tem esse lamento, melancolia, próximo do samba. ”, completa Du Peixe.
Mais sobre o artista:
Jorge Du Peixe começou a sua carreira na música em 1993. O cantor e compositor pernambucano é vocalista da Nação Zumbi, uma das bandas mais importantes e revolucionárias da música brasileira. Nascida no início da década de 1990, a banda originalmente se chamava Chico Science e Nação Zumbi e era liderada por Chico Science, cantor, compositor e um dos principais representantes do movimento manguebeat. Depois da morte precoce de Chico, Du Peixe, que já era membro da banda, assumiu os vocais.
Com a Nação Zumbi lançou 13 discos, fez parcerias com diversos artistas e shows em vários países. Algumas de suas músicas entraram em trilhas sonoras de filmes e novelas. O artista também integra outros projetos musicais, como a banda Los Sebosos Postizos, com quem lançou o disco “Los Sebosos Postizos Interpretam Jorge Ben Jor” (Deck), produzido por Mário Caldato Jr., e o grupo Afrobombas, que tem como vocalista, além de Du Peixe, Lula Lira, filha de Chico Science.
Jorge também compõe trilhas para filmes nacionais. Em “Amarelo Manga” (2003), do diretor Cláudio Assis, assinou a trilha com Lúcio Maia. Em 2011, ganhou o prêmio no Festival de Paulínia de melhor trilha sonora pelo filme “Febre do Rato”, de Cláudio Assis. Em 2017, fez a direção musical do espetáculo “Cão Sem Plumas”, da Cia de Dança Deborah Colker, ao lado de Berna Cepas. Em 2019, fez a trilha do filme “Piedade”, também de Cláudio Assis, que foi premiada no 13º Los Angeles Brazil Film Festival. Lançou em 2020 o livro juvenil “A Nave Vai”, pela editora Barbatana. Em formato de compacto, a publicação conta com o texto e a narração de Jorge Du Peixe e as ilustrações do artista Rodrigo Visca. Recentemente, fez parcerias com os artistas Marcelo D2, na música “Pela Sombra”, e Edi Rock, na música e clipe “Vai”.
“Rei Bantu” por Siba
– Gatoreba?
– Fala, Du Peixe…
– Escreve aí qualquer coisa sobre uma música que eu gravei, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas?
– Oxe, claro! Mas que projeto é esse?
– Vai chamar “Baião Granfino”, só versão pesada do Véio Lua. Quem tá produzindo é o Fábio Pinczowski e essa música vai ser o primeiro single.
– Sério? Que música é?
– “Rei Bantu”, tá ligado?
– Conheço demais! E como tá a versão?
– Mermão, tá um maracatu meio amaxixado, tem o Pupillo na batera, Mestrinho na sanfona, Swamy Jr. no violão e Carlos Malta no sopro. Um coro feminino de cair o cabelo da cabeça, depois te passo a ficha completa.
– Pode crer, eu tô ligado nessa música. Fala de herança afro brasileira, de resistência cultural, da cultura popular enquanto espaço de afirmação de dignidade e diferença, né? Quer dizer, é como eu entendo ela hoje, nesse contexto que a gente tá vivendo. Porque antes eu achava que era apenas uma música bonita sobre o maracatu pernambucano. Engraçado como uma música pode mudar com o tempo. Ou será que o que muda é a gente? O nosso jeito de ouvir, ver, entender? Bom, manda a música, eu escrevo sim, me dá uns dias que o bagúi tá zoado, hahaha…
– Ainda bem que tu pode, Gatoreba. Muito obrigado!
– Du Peixe?
– Fala Gatoreba.
– Porque é mesmo que tu só me chama de Gatoreba?
– Lembra não, véio? A gente em São Paulo em 95, perdido na rua tentando achar a casa de Xico Sá, paramos pra matar a sede e tu não sabia o que era Gatorade. Me viu bebendo e perguntou: “O que diabo é GATOREBA?”, haha!
– Lembrei, tô rindo aqui. Pelo jeito é a gente que muda com o tempo, porque o maracatu e a música de Luiz Gonzaga estão aí, iguaizinhos desde sempre, hahaha.
Siba é cantor, compositor e instrumentista pernambucano. Um dos principais representantes do maracatu.
Letra de “Rei Bantu”
(Luiz Gonzaga/Zé Dantas)
Meu avô lá no Congo
Foi Rei Bantu
Mas aqui eu sou rei
Do maracatu
Fiz, eu fiz meu reinado
Fiz meu trabuco
Lá nos carnaviá
Do meu Pernambuco
Ai, ai, Orixalá
Ai, ai, meu pai nagô!
Ó vem abençoar o meu reinado
Que foi feito
Só de paz e de amor
Ai, ai, Orixalá
Ai, ai, meu pai nagô, ô
Com informações: Luana Ribeiro – Assessoria de Imprensa