Claudette Soares celebra 90 anos de vida e 80 anos de carreira com álbum inédito
Novo trabalho celebra o presente com a leveza de quem vive o tempo como ele é: pleno, vibrante e legítimo.
Aos 90 anos, que serão celebrados no próximo dia 31 de outubro, Claudette Soares se prepara para lançar um novo álbum de canções inéditas — uma obra que reafirma sua vitalidade artística e celebra uma trajetória única na música brasileira. Com 80 anos de carreira ininterrupta, Claudette é a única cantora em atividade com oito décadas de atuação profissional, gravando e se apresentando com a mesma elegância e precisão vocal que marcaram sua estreia ainda na infância. Para marcar a data, a cantora realiza um espetáculo especial no Bona Casa de Música, dia 31/10, às 21h, com participação de Alaíde Costa e convidados surpresa.
Dona de uma voz que atravessou gerações e estilos, Claudette Soares se consagrou como uma das grandes intérpretes da música brasileira, com passagens decisivas pela bossa nova — onde ganhou o título de Dona da Bossa— e pela moderna canção popular urbana, sempre aliando sofisticação musical e lirismo.
Atualmente, Claudette prepara um álbum de canções escritas especialmente para celebrar este momento. Produzido por Marcus Preto e Thiago Big Rabello, o trabalho reverte a lógica habitual do tempo na canção popular: em vez da saudade, da idealização da juventude ou do lamento pelo que passou, o disco afirma o “agora” como território legítimo de prazer. Aos 90 anos, Claudette vive — e canta — sua idade com plenitude rara. O repertório, inédito, reúne autores fundamentais da música brasileira como Marcos Valle, Roberto Menescal e João Donato, além de nomes mais jovens como Tim Bernardes, Zé Manoel e Joaquim, entre outros da nova MPB. Joyce Moreno, Nando Reis, Ronaldo Bastos e Zé Renato costuram as pontes entre gerações. O tom é claro: a vida não foi — a vida é. Nenhuma saudade. Nenhum tempo perdido. Só a beleza de viver o exato tempo que se tem.
O repertório do disco inclui “Batuque Bom” (primeira parceria de Marcos Valle com Tim Bernardes), “Esse Escurinho e Você” (música que abre outra parceria, a de Roberto Menescal com Joaquim), “Feliz” (Zé Manoel e Ronaldo Bastos), “Natural” (Zé Renato e Nando Reis) e “Viva” (Marcos Valle e Arnaldo Antunes). Este álbum reforça o compromisso de Claudette com a renovação constante de seu repertório, sem jamais perder a essência que a tornou uma referência de bom gosto e autenticidade. “Completar 90 anos em plena atividade artística é uma dádiva. E poder fazer isso lançando novas músicas, com o mesmo entusiasmo de quando comecei, é minha forma de agradecer ao público por tanto carinho ao longo de todos esses anos”, declara Claudette.
A celebração também incluirá uma série de apresentações pelo país, em que a cantora revisita momentos marcantes da carreira e apresenta ao vivo as faixas do novo disco. A turnê comemorativa, atualmente em fase de planejamento, deve passar por capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com datas a serem divulgadas em breve.
“Nunca acreditei que a arte tivesse data de validade. Cantar aos 90, com um disco de canções inéditas feitas especialmente para mim, é como começar de novo — só que com a leveza e a certeza de quem já viveu muito e ainda tem muito a dizer. Esse álbum é meu jeito de celebrar o agora, com alegria, afeto e verdade.” — Claudette Soares
Mais do que uma homenagem a si mesma, o novo álbum de Claudette Soares é um tributo à longevidade da arte feita com alma, talento e paixão. Um gesto raro de resistência, reinvenção e amor pela música.
Sobre Claudette Soares:
Seus pais eram contra a presença de uma cantora na família, mas Claudette Colbert Soares era teimosa e amava soltar sua voz de criança nos auditórios de concursos de calouros das rádios cariocas. Em 1947, aos 10 anos de idade, começou sua carreira como revelação no programa A raia miúda, de Renato Murce, na Rádio Nacional.
Apresentou-se no programa da Rádio Mauá chamado Clube do Guri, de Silveira Lima. Depois também se apresentou no programa Papel Carbono, de Renato Murce. Na Rádio Tupi participou do programa Salve o Baião!, conhecendo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Ele a apelidou de Princesinha do baião. Ainda na década de 1950, na Rádio Tamoio, ela apresentou ao lado de Ademilde Fonseca o programa No mundo do baião (programa de Zé Gonzaga, irmão do Luís).
Silvinha Telles chamou-a para substituí-la como cantora na boate do Plaza, no final da década de 1950. Dividiu o palco com Luiz Eça, João Donato, Baden Powell e Milton Banana e outros músicos. Participou do programa de TV – Brasil 60, apresentado por Bibi Ferreira, na TV Excelsior – canal 9, de São Paulo.
Convidada por Ronaldo Bôscoli, participou do histórico primeiro show da bossa nova, A noite do sorriso, do amor e da flor, em 20 de maio de 1960, na antiga Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro. Claudette divulgou as canções da Bossa Nova em São Paulo, nas casas noturnas Baiúca, Cambridge e João Sebastião Bar. Inaugurou a boate Ela, Cravo e Canela, junto com o pianista Pedrinho Mattar, apresentando o espetáculo Um show de show.
Em 1964, gravou “Claudette é dona da bossa”, seu primeiro LP solo, lançado pela gravadora Mocambo, em que se destacam as músicas “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), e “Tristeza de nós dois” (Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn). No ano seguinte, gravou “Claudette Soares”, LP que incluiu, entre outras, a canção “Primavera” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes).
No ano seguinte, contratada pela Rede Record, apresentou-se no programa “Jovem Guarda” interpretando “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto e Erasmo Carlos. Em 1968, gravou um disco somente com músicas de Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Um ano depois, gravou o LP “Quem não é a maior tem que ser a melhor”, lançado pela Philips.
Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção, interpretando “Mundo novo, vida nova”, de Gonzaguinha. No ano seguinte, apresentou-se, com Agildo Ribeiro e Pedrinho Mattar, no show “Fica combinado assim”, realizado no Teatro Princesa Isabel (RJ). Ainda em 1971, ficou nas paradas de sucesso durante 56 semanas consecutivas, com a canção “De tanto amor”, de Roberto e Erasmo Carlos, incluída em LP lançado pela Philips.
No final dos anos 1970, idealizou o projeto de gravação de uma série de LPs com Dick Farney. Gravou apenas dois discos da série, devido ao falecimento do cantor.
Em 2020 estreou o show “As Divas do Sambalanço” ao lado das cantoras Eliana Pittman e Doris Monteiro, que foi lançado em CD e LP.
Seu trabalho mais recente foi o álbum “Claudette Canta Chico”, uma homenagem ao repertório do compositor, nas celebrações de seus 80 anos.
Com uma carreira consolidada, em seus mais de 70 anos de carreira, Claudette Soares lançou discos nas maiores gravadoras do país como Philips e Odeon, participou dos grandes Festivais, fez parcerias com grandes nomes da música popular brasileira e já se apresentou em turnês pela Europa, como em palcos de Paris e Lisboa, por exemplo.
Atualmente está em estúdio gravando um álbum com composições inéditas, feitas especialmente para ela por autores fundamentais da música brasileira como Marcos Valle, Roberto Menescal e João Donato, além de nomes mais jovens como Tim Bernardes, Zé Manoel e Joaquim, entre outros da nova MPB com produção de Marcus Preto e Thiago Big Rabello.
Serviço:
Claudette Soares celebra 90 anos
Part. Especial Alaíde Costa e convidados surpresa
Bona Casa de Música – 31/10 – 21h
Foto: Murilo Alvesso
Com informações: ASSESSORIA DE IMPRENSA PAULO HENRIQUE DE MOURA