Mariana Aydar e Mestrinho se unem em álbum dedicado ao forró
Mesclando canções inéditas e lados B do gênero, novo trabalho tem participações especiais de Gilberto Gil, Juliana Linhares e Isabela Moraes
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Dominguinhos uniu os dois, há dez anos. Eram os últimos momentos de vida do genial artista, um dos maiores nomes da música popular brasileira. Àquela altura, a cantora e compositora Mariana Aydar filmava um documentário dedicado à trajetória do artista. Ia visitá-lo com frequência no hospital e, invariavelmente, esbarrava na recepção com a mesma figura, um sanfoneiro e sua sanfona. Mestrinho não falhava um dia em sua missão de levar música a Dominguinhos, como o discípulo que devolve ao professor, em forma de som, toda a capacidade vital que recebeu dele durante uma vida inteira.
O amor comum dos dois jovens artistas pelo mesmo mestre criou neles laços profundos – artísticos e afetivos. Primeiro, eles se tornaram parceiros de palco – e correram o Brasil e o mundo em dezenas de shows inesquecíveis. Agora, esses mesmos laços se desenrolam no álbum de estúdio “Mariana e Mestrinho”, que ambos lançam em parceria. Produzido por Tó Brandileone (5 a Seco), o trabalho conta muito dessa história, incluindo repertório completamente inédito e também clássicos do forró.
O caminho até o álbum em dupla foi longo. Fizeram o primeiro registro juntos durante a pandemia, no festival Coala de 2020, em uma versão virtual. Ali ficou clara a química artística entre os dois e um álbum que registrasse essa afinidade se tornou inevitável. Entraram em estúdio no ano passado com o plano de construir um som que fosse a junção das estéticas de ambos, sem pender para nenhum dos dois lados. Por isso, optaram por um produtor que nunca havia trabalhado com ela ou com ele, individualmente. Chegaram logo ao nome de Tó Brandileone.
O repertório levantado também buscou equilíbrio entre reverenciar a história do forró pé de serra e criar novos clássicos, ou seja, trazer canções inéditas que pudessem animar futuras pistas de dança. Mais do que isso, Mariana quis colaborar com a amplificação de um discurso feminino no forró, um ambiente predominantemente machista. Era preciso, portanto, gravar novas canções que trouxessem a mulher para o centro da narrativa, como personagem principal, e não mais como coadjuvante da narrativa masculina. Nessa intenção, compôs “Boy Lixo” (Mariana Aydar/ Fernando Procópio/ Tinho Brito) e ganhou “Alavantu Anahiê” (Isabela Moraes/ PC Silva). Essa última, traz as vozes de Isabela Moraes e de Juliana Linhares, que se juntam a Mariana em participações especiais. Zeca Baleiro enviou a lírica “Dádiva”, escrita especialmente para este álbum. E o próprio Mestrinho escreveu “Eu Vou”. Quem divide os vocais com Mariana e Mestrinho em “Até o Fim” (Mestrinho) é Gilberto Gil, outro nome fundamental para a quebra de fronteiras entre o forró e toda a música brasileira.
Do repertório clássico do forró, Mariana e Mestrinho reagravam “O Filho do Dono”, sucesso de Petrúcio Maia de viés político, social e ambiental. Uma pérola mais conhecida na cena forrozeira do que em outros ambientes. E a romântica “Ninguém Segura o Nosso Amor” (João Silva/ Iranilson), gravada por Mestre Zinho nos anos 1990. Um dado pessoal: João Silva já foi padrasto de Mestrinho e também é autor de “Preciso do seu Sorriso” (João Silva/ Enok Virgulino), que entra no álbum como uma das homenagens a Dominguinhos. As outras regravações do repertório do mestre que uniu musicalmente Mariana Aydar e Mestrinho são “Te Faço um Cafuné” (Zezum), gravada por Dominguinhos no álbum “Isso Aqui Tá Bom Demais” (1985), e “Cheguei pra Ficar” (Dominguinhos/ Anastácia), pequena obra-prima lançada pelo autor no cultuado LP “Domingo Menino Dominguinhos” (1976).
Mestrinho toca acordeon em todas as faixas de “Mariana e Mestrinho”. Completam o time de músicos do álbum os craques Feeh Silva (zabumba e triângulo), Salomão Soares (piano), Fejuca (violão e cavaco), Federico Puppi (violoncelo), Will Bone (sopros), Rafa Moraes (guitarra) e Léo Rodrigues (percussão). Multi-instrumentista, o produtor musical Tó Brandileone tocou violões, guitarras, baixos, sintetizadores e percussões por todo o álbum.
Assim como foi em “Cheguei Pra Ficar”, primeiro single lançado, todas as faixas ganharam um visualizer com muita dança. Eles estão disponíveis nas páginas oficiais do Youtube de Mariana Aydar e Mestrinho.
Com informações: Assessoria de Imprensa | Mariana Aydar e Mestrinho
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