Novo álbum de Lô Borges traz foto rara na capa

Ouça aqui: https://LoBorges.lnk.to/Toboga

 

Uma foto de Lô Borges tirada  em 1970 ilustra a capa de seu novo álbum, “Tobogã”, que lançado nesta sexta, dia 23. A foto é de Cafi, Carlos da Silva Assunção Filho (1950 – 2019), mesmo fotógrafo da icônica foto da capa do disco “Lô Borges” (1972), conhecido como “o disco do tênis”.

 

Lô viu essa foto por acaso na internet, não lembrava dela mas adorou, imaginou que deve ter sido tirada antes do lançamento do “Clube da Esquina”. A partir daí, entrou em contato com o filho do Cafi e quis colocá-la na capa de “Tobogã”.

 

“Tobogã” traz 12 músicas inéditas compostas em parceria com a poeta Manuela Costa. Lô Borges (voz e violão) é acompanhado pelo trio formado pelos músicos Henrique Matheus (guitarra), Thiago Corrêa (contrabaixo, teclados e percussão) e Robinson Matos (bateria). Além deles, a cantora Fernanda Takai participa das faixas “Tobogã” e “Amor Real”.

 

Nestes tempos atuais, em que a cultura da escuta parece coisa do passado, lançar um álbum reunindo doze canções inéditas é no mínimo, um ato de ousadia. E ainda que a atual conjuntura do mercado do entretenimento influencie a produção cultural, impondo padrões questionáveis, o álbum continua sendo o principal veículo de quem expressa suas ideias e sentimentos através da canção — sobretudo para quem canta a própria obra.

 

Partindo desta premissa, Salomão Borges Filho, o nosso Lô, acrescenta um capítulo importantíssimo em sua trajetória discográfica com o lançamento de Tobogã, o 16º álbum de composições inéditas de sua carreira. Desde “Um Dia E Meio” (2003), onde retomou parcerias importantes e estabeleceu novas, Lô Borges manteve um ritmo de trabalho impressionante,lançando um disco por ano desde 2019. “Compor, fazer música é uma coisa imperiosa para mim. É como beber água”, revelou o cantautor mineiro recentemente.

 

 

O processo criativo de Tobogã teve um início inusitado em 2023, fruto de uma amizade à distância, sustentada por correspondências online, com a médica e poeta Manuela Costa, uma conhecida de longa data. “Fiquei impressionado com os poemas que ela me enviou. Eram criativos, surpreendentes. Até que um dia, falei: vamos inverter esse negócio? Vou mandar uma música para você fazer a letra. Vamos ver se conseguimos nos tornar parceiros” explicou Lô. A provocação funcionou e a primeira canção surgiu: “Pouso da Manhã”.

 

Em seguida, a dupla escreveu “Tobogã”, composição que leva o mesmo nome do livro de memórias que Salomão Borges, pai de Lô, escreveu em 1987 e que, mais adiante, daria título ao futuro álbum. Uma das estrofes ilustra a admiração do filho pela sabedoria do pai: “Meu grande pai com sal nas mãos me dizia/ A vida é um tobogã/ O tempo é uma abstração da mente/ E eu quero a sua bem sã”. Os encontros virtuais, motivados pela sintonia criativa, prosseguiram. A troca de e-mails e mensagens, contendo poemas e áudios de voz e violão, se intensificou e a parceria acabou se solidificando.

 

O repertório com doze canções inéditas foi concluído assim, sem a presença física dos dois — ele em Belo Horizonte, ela em Brasília. A produção do disco ficou a cargo de Lô Borges e dos músicos Henrique Matheus (guitarras e encarregado das gravações e mixagens) e Thiago Correa (baixo, teclados e percussões). Na bateria está Robinson Matos, completando o núcleo responsável, trabalhando com autonomia no sound design do disco, (instrumentação, sonoridades e texturas finais dos arranjos). O convívio íntimo de Lô com seu trio, tanto nos palcos quanto nos estúdios, desde 2019, assegurou o alinhamento artístico — Tobogã é um trabalho coeso em texto e sonoridade. Reflete a influência da obra dos Beatles e ao mesmo tempo preserva a assinatura autoral de Lô Borges, que, ao lado de Milton Nascimento, caracterizou o “Clube da Esquina”, um dos discos mais relevantes da cultura pop de todos os tempos e, para muitos, um gênero da música brasileira em si.

 

As participações de Fernanda Takai, cantora e compositora do Pato Fu, nas faixas “Tobogã” e “Amor Real”, e de Manuela Costa, poeta e parceira, em “Pouso da Manhã”, acrescentam beleza às linhas vocais de cada verso, encaixando-se perfeitamente com a voz de Lô.

 

Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que Tobogã é um trabalho atemporal, sensível e emotivo, produzido com delicadeza e inspiração. É a confirmação de que Salomão Borges Filho, o nosso Lô, continua em plena forma do alto de seus cinquenta e dois anos de carreira.

 

Comemoremos!

 

Charles Gavin, agosto de 2024

 

Foto: Flávio Charchar

 

 

 

 

 

 

 

Com informações: Piky – Mariana Candeias Assessoria de Comunicação

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