fevereiro 16, 2024
Com Alaíde Costa, Eliana Pittman, Zezé Motta e participação especial de Rosa Marya Colin, show Pérolas Negras chegou ao SESC Pinheiros
Sucesso de público e crítica, show reúne quatro das maiores vozes da música popular brasileira em apresentação histórica
Dedicado à reflexão sobre a participação e contribuição de compositoras e compositores negros na música brasileira, o show Pérolas Negras reúne 3 mulheres negras importantíssimas da nossa cultura musical de todos os tempos à frente de um repertório que abrange gêneros e estilos diversos, de Cartola a Salgadinho, passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Ataulfo Alves, entre outros. Foi uma apresentação única na sexta pós carnaval (16/2), às 21h, no Teatro Paulo Autran – SESC Pinheiros. Na ocasião, Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta contarão com a participação especial da cantora Rosa Marya Colin. Os ingressos já estão à venda no site ou na bilheteria do Teatro.
Na ocasião, será lançado em mídia física (CD) o álbum “Perolas Negras Ao Vivo” pela Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação. O álbum também ganhará um vinil que está previsto ainda para o primeiro semestre de 2024. A produção e a direção artística do disco e do show é de Thiago Marques Luiz. O CD já está em pré-venda no site da Companhia de Discos do Brasil – www.companhiadediscosdobrasil.com.br/cd/ e chega as plataformas digitais também no dia 16 de fevereiro.
Alaíde Costa
Era início da década de 1950 em Água Santa, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, quando uma adolescente colava os ouvidos no aparelho de rádio, atenta, esperando a voz de Silvio Caldas entoar “Noturno em Tempo de Samba”. Ao ouvir os primeiros versos, parava para anotar a letra e memorizar a melodia. Quando aprendeu a canção, decidiu: iria ao programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, para apresentá-la.
Não era a primeira vez de Alaíde Costa em um palco. Aos 11, seu irmão mais velho (Adilson, que se tornou jogador de futebol) a havia convencido a se apresentar em uma sessão para cantores amadores no circo montado no bairro, dizendo à garota tímida que, caso não fosse, a polícia iria buscá-la.
Dali em diante, a menina que gostava de cantarolar — mas achava que seria professora — passou a ser inscrita pelos vizinhos em toda oportunidade que aparecia, já que ganhava os prêmios. Aos 16, apaixonada pela canção cheia de climas interpretada por Caldas, resolveu ir se apresentar por conta própria. A escolha da música, a audição cuidadosa em casa e a interpretação lhe renderam nota máxima. “Aí tomei gostinho”, conta.
Aos 88 anos, uma das maiores vozes da música brasileira é também uma artista que sempre se guiou pelo que quis fazer e pelo que acreditava fazer melhor, o que não foi fácil. “Ah, mas você é negra, tem que cantar uma coisa mais animadinha, sabe? Um sambinha”, ouvia. “Me recusei a entrar nessa porque não daria certo”, afirma, categórica. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos antes de “Chega de Saudade” (1958), música que marca o início da bossa nova, mas só recentemente ela passou a ser reconhecida entre os grandes nomes do gênero — assim como Johnny Alf, precursor do estilo e, não por acaso, também negro. Durante a carreira, teve grandes parceiros musicais como o próprio Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Milton Nascimento, Oscar Castro Neves, entre outros.
Apesar dos infortúnios, a cantora continua ativa, defendendo a Bossa Nova, colecionando reconhecimentos e celebrando novas parcerias. Em 2020, seu talento como intérprete lhe rendeu o Troféu Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante, no Festival de Gramado. Alaíde se tornou a artista mais velha a ser laureada com o prêmio.
Em um show que homenageou João Gilberto em abril de 2023, em São Paulo, falou: “Vou fazer 88 anos, tenho 70 de carreira, e olha que loucura: as pessoas me descobriram agora!”. Alaíde nunca parou de cantar, nunca ficou sem gravar (são mais de 20 discos) ou se apresentar em shows. Alaíde é uma das poucas artistas vivas que passou por todos os formatos de mídia – desde o 78RPM, LP, K7, CD e agora o streaming. Nos últimos anos, parcerias deram novo vigor a uma carreira cheia de coerência artística. Em 2022, lançou “O que meus calos dizem sobre mim”, produzido por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, álbum que terá segundo volume em 2024 — eleito o melhor lançamento fonográfico de MPB no 30º Prêmio da Música Brasileira, com a cantora aplaudida de pé por todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em maio de 2023, Alaíde se apresentou em Portugal com a Orquestra de Jazz do Algarve sendo um grande sucesso de crítica e público além mar. Além disso, se apresentou no Carnegie Hall em Nova Iorque em outubro de 2023, no show The Greatest Night Bossa Nova em comemoração aos 60 anos da Bossa Nova, no qual foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos. Em novembro de 2023 foi agraciada com o Troféu Raça Negra como melhor cantora do ano.
Atualmente Alaíde Costa está em estúdio gravando o segundo disco da trilogia produzida por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, e já lançou dois singles do novo trabalho: “Moço” (Marisa Monte e Carlinhos Brown) e “Ata-me” (Junio Barreto). Está em turnê por todo o Brasil com dois shows: “O que meus calos dizem sobre mim”, com o repertório do último disco e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta. Acabou de gravar, ao lado de Guilherme Arantes, o grande sucesso do compositor, “Meu mundo e nada mais”, que já está disponível em todas as plataformas digitais.
Eliana Pittman
Eliana Pittman iniciou sua carreira em 1961, ao lado do saxofonista norte-americano Booker Pittman, seu padrasto, cantando standards do jazz e da bossa nova em boates no Rio de Janeiro. O avô de seu padrasto foi Booker T. Washington, fundador do conceituado Tuskegee Institute, a primeira universidade para negros nos Estados Unidos.
Fez shows no Brasil e no exterior (75 países) e na década de 1970 emplacou vários sucessos, como “Das Duzentas para Lá”, “Abandono” (canção lançada por Eliana em 1974 e que Roberto Carlos regravou em 1979), “Vou pular neste carnaval”, “Quem vai querer”, “Sinhá Pureza”, “Mistura de Carimbó”. Pelo sucesso das últimas duas canções, recebeu o título de “Rainha do Carimbó”.
No final dos anos 60, Geraldo Azevedo veio do Nordeste para o Rio a convite de Eliana para acompanhá-la no show “Positivamente Eliana”, e logo se tornou um dos maiores nomes da música brasileira.
Dona de um grande ecletismo musical e um notório virtuosismo vocal, Eliana se apresentou em muitos países do mundo (França, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos), tendo se apresentado, por exemplo, na lendária casa de shows Olympia em Paris e no programa do comediante Jerry Lewis. Também se apresentou ao lado do lendário showman Sammy Davis Jr. Além de cantora, é professora de música em uma escola do Rio de Janeiro.
Eliana Pittman foi a única artista brasileira capa da revista Ebony (@ebonymagazine) em dezembro de 1965. A Ebony, é uma revista mensal norte-americana dedicada ao público negro e foi fundada por John Harold Johnson e publicada desde 1945. Sua fundação ao fim da II Guerra Mundial trouxe um novo status para os negros, que apesar de terem acabado de ajudar os Estados Unidos a ganhar a guerra, eram considerados como homens e mulheres invisíveis na sociedade americana, ignorados pela imprensa branca.
Em 2007, Eliana foi convidada por Charles Möeller e Claudio Botelho para atuar no musical “7”, com texto de Möeller e trilha original de Botelho e Ed Motta. Ela dividia a cena com Alessandra Maestrini, Ida Gomes, Rogéria e Zezé Motta. O espetáculo estreou em 1º de setembro de 2007, no Teatro João Caetano (RJ) e foi um dos grandes vencedores do Prêmio Shell e do Prêmio APTR. O enorme sucesso da temporada fez o espetáculo reestrear em 27 setembro de 2008 no Teatro Carlos Gomes, também no Rio. Em 17 de abril de 2009, o espetáculo estreou em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso, também com grande sucesso.
Após um hiato de 17 anos longe dos estúdios, foi anunciado em março 2019 que Eliana gravaria um novo disco, chamado “Hoje, Ontem e Sempre”, produzido por Thiago Marques Luiz. O disco contém canções como “Preciso Me Encontrar” (Candeia), “Drão” (Gilberto Gil) e “Onde Estará o Meu Amor” (Chico César), todas inéditas na voz de Eliana.
Em 2020 foi lançado o disco “As Divas do Sambalanço” em LP e CD, dedicado exclusivamente ao gênero, em que Eliana divide as interpretações com Claudette Soares e Doris Monteiro.
No cinema Eliana fez diversas participações como nos filmes: “Der Goldene SchuB”, como a cantora Singer. Em 1971, fez “The Sandpit Generals” (Capitães de Areia), como Dalvah. Em 71 ainda, fez: “Die Lester Wilson”. Em 1977, estreou “La Menor” e em 1987, trabalhou em “Jubiabá”. Sua estreia na TV foi em 1995, na Rede Globo com a novela-seriado “Malhação”. Em 2005, na mesma emissora, fez a novela “América”. Em 2010 participou de “Tempos Modernos” e em 2013, de “Sangue Bom”. Na Netflix, Eliana viveu a personagem Elza Ferreira na série “Coisa mais linda” e também participou do sitcom “A sogra que te pariu” ao lado do humorista Rodrigo Sant’Anna.
Ao longo de sua carreira, gravou mais de vinte discos, muitos deles lançados em diversos países, e ganhou variados prêmios. Acabou de lançar pela Companhia de Discos do Brasil o CD “Canções de Elizeth”, fruto de uma série de lives em homenagem aos “100 anos de Elizeth Cardoso”, idealizadas por Thiago Marques Luiz. Atualmente está em turnê por todo o Brasil com três shows: “50 anos de Carimbó”, com o repertório dos seus maiores sucessos nos dois ritmos que foram gravados por ela principalmente na fase em que passou pela gravadora RCA Victor nos anos 1970, “Canções de Elizeth” com o repertório de seu último álbum e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta. Lançou recentemente seu mais novo single “Quando o Sol Nascer” de Eduardo Ribeiro e Mauro Motta, que ganhou um arranjo “afro” nas mãos de Alberto Marques (Alemão).
Zezé Motta
Há quem se lembre de Zezé Motta apenas como atriz – difícil mesmo dissociar sua figura da bela e sedutora Xica da Silva -, mas essa é apenas uma das facetas da artista de 78 anos, tendo mais de 50 deles dedicados à cultura no Brasil.
Filha de um músico de mão cheia, logo cedo se interessou por teatro. Fez um curso no Tablado e encenou sua primeira peça profissional aos 21 anos. A estreia de Maria José Mota não poderia ser mais marcante: Em janeiro de 1968, ela integrou o coro do musical “Roda Viva”, escrito por Chico Buarque e dirigido por José Celso Martinez Correia. Um dos mais emblemáticos espetáculos dos anos 60, que foi atacado pelo Comando de Caça aos Comunistas e teve seus atores ameaçados e agredidos.
Surgia ali uma trajetória de sucesso que a levaria para aos melhores palcos, aos melhores filmes criados por aqui, e aos cantos escondidos dessa terra através da televisão.
Com o Teatro de Arena, nos anos 60, encenou o clássico “Arena Conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, com tournée pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Fez também outras peças, incluindo “Godspell”, em 1974.
As histórias de Zezé Motta – nome artístico que foi dado por sua comadre Marília Pera -, impressionam, ora pela carga de normalidade ora pelo quê de inusitado. Pois Zezé é assim: uma diva espontânea, complexamente simples, iluminada pela própria natureza e não por artifícios exteriores.
O início das filmagens de Xica da Silva já estava se aproximando, mas o cineasta Cacá Diegues ainda havia encontrado sua protagonista. A agonia terminou quando o amigo Nelson Motta o lembrou de uma atriz que participava do musical “Godspell”. Zezé Motta reunia a beleza, a energia e o carisma necessários para viver a mulher que seduziu o contratador de diamantes João Fernandes (Walmor Chagas) e subverteu a ordem do regime escravocrata. Xica da Silva (1976) não apenas consolidou Zezé Motta como uma estrela como também criou uma das personagens mais emblemáticas do cinema nacional.
A atriz que já recebeu o Troféu Oscarito – destinado a grandes atores do cinema brasileiro -, por sua majestosa atuação como Xica da Silva, foi também homenageada e entrou para a memória do Museu do Festival de Cinema de Gramado (RS), através de uma estátua de cera. A estátua foi feita nos mesmos moldes das Estátuas produzidas para o DREAMLAND – primeiro museu de cera da América Latina. Em sua trajetória constam quase todos os prêmios: Air France, Candango de Ouro, Mario Gusmão, Palmares, Troféu Raça Negra, entre muitos outros… Maria José Mota, a Zezé Motta nas artes, também já́ esteve como a grande homenageada de importantes festivais deste Brasil: Festival de Brasília, Vitória, Ouro Preto, e por aí vai… Dentre as diversas homenagens, a mais recente ocorreu e, 2019, Zezé Motta foi a homenageada do Grande Otelo (oficialmente chamado de Grande Prêmio do Cinema Brasileiro), o prêmio mais importante do cinema brasileiro, outorgado anualmente pela Academia Brasileira de Cinema com a finalidade de premiar os melhores filmes e condecorar a excelência dos melhores profissionais em cada uma das diversas especialidades do setor. De festivais de cinema de grande a pequeno porte, Zezé sempre esteve lá, sendo reconhecida.
O nome Zezé Motta já foi ovacionado por algumas vezes na Marques de Sapucaí, no carnaval do Rio de Janeiro. A atriz e cantora já teve a honra de ser homenageada como enredo de escolas de samba – Arrastão de Cascadura (1989), Unidos da Vila Kennedy (2002), G.R.E.S. Acadêmicos do Sossego (2017), além de ser uma das homenageadas no enredo “As Quatro Damas Negras”, ao lado de Ruth de Souza, Lea Garcia, e Chica Xavier, pela Lins Imperial no ano de 1999. Sob a direção de Cacá Diegues, além de Xica da Silva, participou de outros quatro filmes: Quilombo (1984), Dias Melhores Virão (1990), Tieta (1996) e Orfeu (1999). Além de Diegues, Hugo Carvana (Vai Trabalhar, Vagabundo!, 1973), Arnaldo Jabor (Tudo Bem, 1978), Nelson Pereira dos Santos (Jubiabá, 1986), Paulo César Saraceni (Natal da Portela, 1988), Sérgio Bianchi (Cronicamente Inviável, 2000, e Quanto Vale ou É por Quilo?, 2005), Paulo Caldas (Deserto Feliz, 2007) e Jeferson De (Bróder, 2010), foram alguns dos cineastas pelos quais foi dirigida nos mais de 55 longas em que atuou.
Na televisão, participou de cerca de 50 programas, entre minisséries, telefilmes e novelas, desde sua estreia em Beto Rockefeller (1968) até as mais recentes O Outro Lado do Paraíso (2018), onde deu vida ao personagem “Mãe Quilombo”, abordando no horário nobre a intolerância religiosa e mostrando sua militância em favor dos negros no nosso país. Zezé também esteve em ‘Juntos a Magia Acontece’ (2019) e Salve-se Quem Puder, onde fez uma participação em (2020). Ícone negro da cultura brasileira, Zezé Motta é considerada a rainha negra do Brasil. A mulher da pele preta que enfrentou a ditadura desse país livre e nua. É uma atriz de dar orgulho. Mas tem uma coisa que Zezé Motta faz ainda melhor: cantar. Sua voz poderosa ecoa na história da música brasileira há muito tempo desde os antigos anos setenta, quando Zezé gravou seu primeiro disco solo em que compositores do porte de Rita Lee e Moraes Moreira entregaram canções inéditas para ela gravar. Além disso, sua voz imortalizou clássicos como Trocando em Miúdos de Chico Buarque e Francis Hime e Pecado Original de Caetano Veloso que nunca mais foram as mesmas depois de sua interpretação.
De 1975 a 79, lançou três LP’s: “Gerson Conrad e Zezé Motta”; “Zezé Motta” e “Negritude”. Nos anos 80, lançou mais três trabalhos como cantora: “Dengo”, “Frágil força” e, com Paulo Moura, Djalma Correa e Jorge Degas, “Quarteto negro”. E não parou por aí. Apresentou-se, representando o Brasil, a convite do Itamaraty, em Hannover (Alemanha), no Carnegie Hall de Nova York (EUA), França, Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal.
Seja no cinema ou na TV, durante seus 54 anos de carreira, Zezé rompe barreiras e coloca no centro da cena artística nacional as múltiplas dimensões do protagonismo feminino e negro em tela. O seu imenso talento e carreira inspiram atuais e futuras gerações de mulheres que lutam por expressão, espaço e oportunidade.
Firmada no cenário artístico como umas das atrizes mais completas, talentosas e carismáticas do Brasil, Zezé ganhou em Janeiro de 2019 uma segunda biografia, “Zezé Motta – Um Canto de Luta e Resistência”, livro que saiu pela Companhia Editora Nacional, escrito por Cacau Hygino, que fugiu de polêmicas, mas não escondeu episódios marcantes da vida pessoal e profissional da grande artista. Nele, a própria atriz e cantora conta como encara a velhice, o sexo, o racismo, entre temas como vacilos da vida e manias. Quase 90 fotos ilustram as cinco décadas de trajetória profissional marcadas desde o início pela resistência e perseverança.
Figura respeitada da música, televisão e cinema, Zezé é incansável. Atualmente ela tem 4 filmes para terminar de rodar e foi escalada para 02 novos projetos na TV Globo: “Fim”, série baseada no livro homônimo de Fernanda Torres, e “Arcanjo Renegado”, uma das mais assistidas do Globoplay.
Na música, ela reestreou o show “Coração Vagabundo – Zezé canta Caetano” e já possui apresentações confirmadas no Rio de Janeiro e São Paulo. Originalmente lançado em 1990, o show é um alento àqueles que consomem MPB, as obras de Caetano, e o poderoso timbre contralto de uma artista que é ícone negro da cultura brasileira. Zezé Motta faz uma releitura de seu próprio show lançado naquela época, mas com uma roupagem voz e piano, criando um cenário intimista e ao mesmo tempo caloroso. Luz do Sol, O Ciúme, Odara, Esse Cara, Sampa e Tigresa fazem parte do repertório.
Atuando com assiduidade na televisão, no cinema e nos shows, e saudada como a mais importante atriz-cantora do país, Zezé Motta durante seus mais de 50 anos de carreira, rompe barreiras e coloca no centro da cena artística nacional as múltiplas dimensões do protagonismo feminino e negro em tela. O seu imenso talento e carreira inspiram atuais e futuras gerações de mulheres que lutam por expressão, espaço e oportunidade. Cantora, atriz, mãe de quatro filhos, ativista. Cinquenta e cinco anos de carreira. São 14 discos, mais de 50 projetos da TV e mais de 70 filmes. Impossível não se orgulhar. Não apenas pelos números. Mas também por sua história de luta contra o racismo. Esta é Zezé Motta.
Rosa Marya Colin
Cantora mineira, mais conhecida como Rosa Maria, começou a carreira no Rio de Janeiro aos 18 anos, cantando bossa nova e jazz no Beco das Garrafas, depois de trabalhar como operária. Com o registro grave de sua voz, adaptou-se bem ao repertório jazzístico, e em 1965 gravou o primeiro disco pela Odeon. Depois disso fez shows por todo o Brasil, participou de programas de televisão e atuou na primeira montagem brasileira do musical “Hair”. A partir do início da década de 80 firmou-se como cantora de jazz ao lado da Tradicional Jazz Band. Em 1983, participou do musical “Força”, idealizado e dirigido por Zé Maurício Machline, dividindo o palco com Célia e Miriam Batucada. Com alguns discos gravados mas ainda pouco conhecida depois de mais de 20 anos de carreira, uma gravação despretensiosa para um comercial de TV em 1988 alçou-a ao topo das paradas. Uma regravação cool de “California Dreamin'”, do grupo The Mamas & The Papas, para uma loja de departamentos tornou-se o seu grande sucesso. Em 1998, regravou a canção “Gita” de Raul Seixas, para a abertura da novela Brida. Em 2012, participou da minissérie Suburbia, produzida pela TV Globo, na qual interpretou a personagem Mãe Bia.
Ficha técnica:
Vozes: Alaíde Costa, Eliana Pittman, Zezé Motta e Rosa Marya Colin
Direção artística de Thiago Marques Luiz
Guitarra, cavaquinho e direção musical: João Barros
Violão de 6 e 7 cordas: Gabriel Deodato
Bateria e percussão: Fábio Faustino
Contrabaixo: Emerson Marciano
Assessoria de Imprensa: Paulo Henrique de Moura
FOTOS: VAN CAMPOS @natrilhavan – todos os direitos reservados
Com informações: ASSESSORIA DE IMPRENSA SESC PINHEIROS