Em parceria com Pedro Luís, Juliana Cortes lança “Cores do Fogo”
Artista curitibana lançou o single Andorinhas em Março e se prepara para divulgar seu novo disco
Foto: Juliana Cortes por Fernanda Stica
Com o single Andorinhas, a cantora e compositora paranaense, Juliana Cortes, anunciou o disco Álbum 3 para este ano, mas viu seus planos suspensos devido a pandemia da Covid-19. Com os shows cancelados, ela preferiu se recolher e repensar esses tempos antes de vir com o disco, cuja previsão de lançamento é para este segundo semestre. E, agora, Juliana retoma o lançamento e vem com o novo single, Cores do Fogo, em parceria com o compositor carioca Pedro Luís. Ouça aqui.
Cores do Fogo foi escrita por Pedro e fala das memórias de Juliana sobre o incêndio do Edifício Wilton Paes, no Largo Paissandu, em São Paulo, entrelaçadas com as de Pedro sobre o fogo que assolou o Museu de História Natural no Rio, cidade onde o compositor vive. “Convidei o Pedro Luís para compor uma canção e nossas memórias se cruzaram nos incêndios do Ed. Wilson Paes e do Museu Nacional. Foi a primeira canção que escolhi para o disco e foi ela que deu o tom crítico para a maioria das canções do repertório“, conta Juliana.
A música foi gravada ao vivo, em Porto Alegre, na clássica formação power trio: baixo elétrico, bateria e guitarra. A sonoridade transita entre as harmonias do jazz e a rítmica latina dos compassos 6/8, misturadas às texturas mais experimentais da guitarra do músico Lorenzo Flach, uma das marcas do disco.
Foto: Pedro Luís por Nana Moraes
Três
Sucessor dos discos Invento (2013) e Gris (2016), o terceiro álbum de Juliana Cortes é resultado de um processo de imersão artística que reuniu compositores e poetas de duas capitais sulistas brasileiras: Curitiba e Porto Alegre. Mas, mesmo assim, as canções do Álbum 3 são diferentes dos discos anteriores, que trazem os ares mais poéticos do Sul – filiados à Estética do Frio, de Vitor Ramil. Agora, trata-se de um olhar mais crítico e urbano. Um rompimento de linguagem em direção ao pop experimental.
E foi buscando essas novas manifestações, interferências e experiências, que Juliana convidou artistas dispostos a pensar e questionar as relações estético-culturais das suas cidades e de suas próprias produções para a criação de uma obra completa. De um lado, Estrela Leminski, Rodrigo Lemos e Juliana Cortes, de Curitiba. De outro, Ian Ramil, Guilherme Ceron, Zelito Ramos e Guilherme Becker da capital do Rio Grande do Sul. Em conjunto, após quatro dias de residência artística em Curitiba, nove obras inéditas foram compostas para o registro no novo disco de Juliana, que será lançado no segundo semestre.
O músico e produtor Ian Ramil, que em 2016 venceu o Grammy Latino na categoria de melhor álbum de rock em português com o disco Derivacivilização, assina a produção do álbum e, com esse trabalho, dá início a parceria com Juliana, que, nos dois discos anteriores, trabalhou em algumas composições com o pai de Ian, o compositor gaúcho Vitor Ramil.
PARA OUVIR AQUI
FICHA TÉCNICA
Cores do Fogo (Pedro Luís)
Produção musical: Ian Ramil
Voz: Juliana Cortes
Participação especial: Pedro Luís
Guitarra: Lorenzo Flach
Baixo: Guilherme Ceron
Bateria: Martin Estevez
Percussão: Vina Lacerda
Gravado em Porto Alegre, no Estúdio Transcendental
Mixagem: Fred Teixeira
Masterização: Maurício Gargel
Arte gráfica/Ilustração: Mariana Sartori
LETRA
Cores do Fogo (Pedro Luís)
Ardeu e um museu de nós se foi
Chamou me consumiu
Acendeu, ascendeu, sumiu
A cor do fogo me hipnotizou
Regras de um jogo de deixar queimar
e a labareda a mim me pareceu
o apocalipse a coreografar
Fim de uma Era canção de final
Era uma coda com exclamação
E numa queda os olhos abismal
Em um segundo a desaparição
Será fração de um tempo de desconexão?
Será o recomeço em outra dimensão?
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SOBRE JULIANA CORTES
Natural de Curitiba, Juliana Cortes é formada em música popular, especialista em Canção e mestranda em Música. Desde 2012, quando apresentou o espetáculo Juliana Cortes convida Vitor Ramil, realizado em Curitiba, se alinhou a movimentos estéticos do sul do país e regiões de fronteira, como Argentina, Paraguai e Uruguai.
Em 2013, lançou o CD Invento com obras de autores contemporâneos, misturando a poética do sul com um instrumental jazzístico formado por baixo, guitarra e percussão. O disco, produzido pelo curitibano Fred Teixeira, foi citado como destaque por críticos de Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro e pré-selecionado ao Prêmio da Música Brasileira. Invento tem participação de Vitor Ramil, autor de três faixas do álbum.
O segundo disco solo, Gris, trouxe a sonoridade e geografia urbana das cidades onde o CD foi gravado: Curitiba, São Paulo e Buenos Aires. Complementar ao Invento e, ainda na tradição da MPB, Gris apresentou dez canções inéditas, reforçando a poética sulista e trazendo obras escritas por Arrigo Barnabé, Luiz Tatit e Dante Ozzetti – produtor musical do álbum -, além da participação especial de Paulinho Moska, Antônio Loureiro e o trio argentino Diego Schissi, Juan Pablo Navarro e Santiago Segret.
Gris foi eleito o 6º melhor álbum da MPB de 2016 no Japão, pela Revista LATINA e no ano seguinte, Juliana Cortes recebeu o troféu Catavento de melhor cantora – melhores da música independente – pela Rádio e TV Cultura, de São Paulo. Paralelo ao lançamento do álbum, a artista lançou o clipe/curta O Mal com direção e animação de Carlon Hardt.
Desde seus primeiros passos na direção de uma carreira solo, Juliana já passou por palcos de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Minas Gerais e países como Argentina, Uruguai, Peru e Coreia do Sul. Em suas escolhas de repertório, a artista dá um zoom em poemas musicados, autores contemporâneos e canções experimentais, a fim trazer o novo para sua performance e conduzir o ouvinte para além do mesmo.
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