Luisa Toller está aberta entre memória e provocações feministas no disco “Mulher Bomba”
Cantora deságua sentimentos em oito canções autobiográficas; álbum já tem estreia ao vivo no Sesc Av. Paulista, marcada para 16 de abril
Assista ao vídeo de Senhora das Dores
Após estrear com o single-clipe “Se não fosse poeta, seria mulher-bomba“, Luisa Toller – integrante dos grupos Bolerinho e Meia Dúzia de 3 ou 4 – se aventura em seu primeiro álbum solo, a ser lançado no dia 08 de abril. Produzido por Ivan Gomes e acompanhado por Wanessa Dourado, Gustavo de Medeiros, Lê Coelho, Maria Cecília Colaço e Júlia Tizumba, “Mulher Bomba” traz 8 canções com letras autobiográficas e provocações feministas que se traduzem intensamente em bolero, fado, coco e valsa com versos que fazem ora doer, ora curar a melancolia pandêmica que se instalou em nossos corações. Ouça em sua plataforma digital preferida.
A estreia será marcada por um show presencial de Luisa Toller com participação de Julia Tizumba, no Sesc Av. Paulista, em São Paulo, no dia 16 de abril, às 20h30. Ingressos saem a R$30 (inteira) e R$15 (meia e comerciário).
“A pandemia e a perda do meu pai (em setembro de 2020) me causaram dores que intensificaram o meu fluxo de composição. Como disse Letrux recentemente, componho porque preciso, é minha forma de desaguar os sentimentos”, reflete. Com arranjo fadista, a canção “Noite” foi feita nesse contexto de sofrimento em meio a um lockdown. Luisa é neta de português e já cantou fado em muitos restaurantes e casas de Portugal pelo Brasil – o gênero faz parte de sua trajetória e adentra sua obra. “Senhora das Dores” vem na mesma toada, convidando a tristeza, ao bater da porta, a entrar e fazer morada na casa. A canção, um dos pontos altos de “Mulher Bomba”, ganhou vídeo complementar ao disco. Assista.
Luisa carrega consigo um forte desejo de transformar o mundo. Diferente das demais canções do disco, “Moda moderna para uma questão antiga” é a única faixa que não é autobiográfica (e ela reconhece o privilégio de não estar nas estatísticas de mulheres que já sofreram ou sofrem violência doméstica). A música foi composta um pouco depois de Mônica Salmaso lançar o disco “Caipira”, com a faixa “Feriado na Roça”, do Cartola, uma canção que romantiza o feminicídio. “Fiz a moda moderna para recontar essas histórias do ponto de vista feminino e mudando o final para que conheçamos um desfecho, em que apesar da tentativa de feminicídio, a mulher sobrevive.”
Luisa Toller canta e toca nos grupos Bolerinho, Meia Dúzia de 3 ou 4, Vozeiral e no grupo infantil Tá na Hora de Dormir. Como compositora fez webhits, jingles, trilhas sonoras e marchinhas, dentre elas os sucessos “Tomara que Caia”, ”Samba da Quarentena” e “Mãe na Pandemia”, além de escrever sobre arte e gênero para a Revista Azmina. Em “Mulher Bomba”, álbum de estreia solo, a artista evoca seus eus – que são, também, eus de muitas mulheres, brasileiras, migrantes, mães (de bicho gente, de ideias ou de notas musicais, como assume Marina Lima na excelente canção “Grávida), filhas. Bombas.
Serviço
Luisa Toller lança Mulher Bomba
Dia 16/04, sábado
Horário 20h30
Ingressos
R$30 (inteira) e R$15 (meia e comerciário).
Sesc Av. Paulista: Av. Paulista, 119 – Bela Vista, São Paulo
Com informações: DA LIRA CULTURAL