CÁSSIA ELLER EM VINIL DUPLO
Universal Music lança o álbum “Cassia Eller” (1994) em formato inédito, entre as comemorações dos 60 anos da cantora
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A década de 1990 foi um período crucial para o mercado musical brasileiro. Os conhecidos Long Plays em vinil passavam a se tornar objetos afetivos nas estantes de casa, enquanto os modernos e populares Compact Discs e seus CD players ganhavam espaço na vida do consumidor. Em 1994, a cantora Cássia Eller lançou o disco que mudaria o rumo de sua vida e ainda ajudaria a indústria a sedimentar a nova plataforma de áudio no Brasil.
“Cassia Eller”, álbum com 13 faixas, chegou ao mercado em LP, K7 e CD em meados de 1994. Terceiro disco da cantora na PolyGram (hoje Universal Music), é o responsável por popularizar sua carreira e arregimentar um sem-número de fãs, com sucessos estrondosos como “Malandragem” (Frejat / Cazuza), ˜E.C.T” (Nando Reis / Carlinhos Brown / Marisa Monte) e “1 de Julho” (Renato Russo).
Quase 30 anos após o lançamento, o icônico disco ganha uma versão inédita em Vinil Duplo (12 polegadas / 33 rotações). A voz potente e a emocionante interpretação de Cássia Eller saltam à agulha neste aguardado lançamento, um dos pontos altos das comemorações pelos 60 anos que a cantora completaria no próximo dia 10 de dezembro.
O vinil duplo traz, no Lado A do Disco 1, as faixas “Partners”, regravação do RPM (Paulo Ricardo / Paulo “PA” Pagni / Luiz Schiavon), “Malandragem”, canção até então inédita, recusada por Angela Ro Ro e oferecida por Frejat para Cássia, e “E. C. T.”, primeira composição de Nando Reis gravada por ela.
O Lado B segue com o hit soul de Otis Redding “Try A Little Tenderness” (Harry Woods / Jimmy Campbell / Reg Conelly), a também inédita à época “1º de Julho”, presente de Renato Russo pela gravidez de Chicão, filho único de Cássia (“Do ventre nasce um novo coração…”), a emocionante interpretação de “Na Cadência do Samba” (Ataulfo Alves / Paulo Gesta) e a regravação de “Lanterna dos Afogados” (Herbert Vianna).
O Disco 2 dá continuidade à sequência original do repertório, trazendo no Lado A as inusitadas releituras de “Coroné Antônio Bento” (Luiz Wanderley / João do Vale), a realista “Metrô Linha 743” (Raul Seixas) e “Socorro”, em reggae, antes mesmo do autor Arnaldo Antunes (com Alice Ruiz) gravá-la no álbum “Um Som” (de 1998).
O Lado B fecha o LP com “Blues do Iniciante” (Frejat / Maurício Barros / Cazuza / Guto Goffi), faixa do segundo álbum do Barão Vermelho, “Música Urbana” (Renato Russo) e “Pétala” (Djavan). O jornalista e produtor musical Ezequiel Neves auxiliou Cássia na escolha deste repertório cirúrgico, que equilibrava – mais que inéditas e releituras – músicas que passeavam pelo rock, blues, pop e MPB sob uma intérprete única.
O álbum “Cassia Eller” tem uma importância enorme na carreira e no coração dos fãs da cantora. Além de ter sido gravado com foco e gana durante os primeiros meses de vida de Chico (ela pausava as gravações para amamentar o bebê no estúdio), o álbum mostra todas as facetas de Cássia fechando uma trilogia reveladora, após dois discos aclamados pela crítica, porém sem grandes êxitos comerciais (“Cassia Eller” e “O Marginal”).
Produzido por Guto Graça Mello sob Direção Artística de Mayrton Bahia, o LP apresenta Cássia Eller inteira e madura. A cantora se entregou por completo à gravação, gerando clássicos incomparáveis na cena musical brasileira. Da suave “Na Cadência do Samba” à visceral “Coroné Antonio Bento”, Cássia soltou a voz, assinou seu estilo e conquistou o público, que passava a conhecê-la cada vez mais pelas rádios e em suas tímidas e marcantes aparições na TV.
O Vinil Duplo “Cassia Eller” é uma grande pérola para fãs e colecionadores. E traz em si um momento histórico-musical marcante do Brasil, com uma artista que ajudou a quebrar tabus numa sociedade que já reconquistava sua liberdade, após mais de 20 anos de ditadura. “Cássia era polêmica, afetuosa, romântica e impulsiva. Encarnava várias facetas dentro de uma só pessoa”, lembra Mayrton Bahia, em reportagem à revista Rolling Stone.
Um artista que faz muita falta nos dias de hoje, mas que podemos ver, ouvir e reouvir graças à tecnologia e aos formatos de áudio e vídeo que se renovam. Segurar o LP, manusear, ouvir e observar o encarte com certeza nos levará para mais próximos dessa grande artista, que hoje ouvimos nos players digitais, mas que merece um disco a sua altura: Um Vinil Duplo!
Com informações: www.universalmusic.com.br
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