Antonia Medeiros lança álbum autoral, trazendo feats com Zélia Duncan e Juliana Linhares
‘Operária da Canção’ é o segundo disco da cantora e compositora carioca e conta com sete faixas inéditas
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O nome do segundo álbum da cantora e compositora carioca Antonia Medeiros resume um pouco da sua trajetória e do seu amor pela música: “Operária da Canção”, com produção musical de Gabriel Quinto, lançado recentemente, com sete faixas autorais inéditas, repletas de ritmos brasileiros como baião, samba e samba-rock, alinhadas em letras que trazem o bom humor e a sutileza característicos do seu trabalho, mas também canções densas e de desabafo, mostrando o amadurecimento da artista de 27 anos, aclamada nas redes sociais, com uma legião de mais de 1 milhão de seguidores.
Os feats de “Operária da Canção” são uma atração à parte. A canção que dá título ao álbum, já lançada previamente como single, tem a luxuosa participação de uma das maiores referências de Antonia, Zélia Duncan. E na música “Será”, ela divide os vocais com outro grande talento, Juliana Linhares.
“Quis apresentar um álbum com uma variedade estilística e linguística. Tem muitos ritmos brasileiros, de formas diversas, dentro dessa grande mãe que é a MPB. É um álbum que reflete o meu atual momento musical”, afirma.
Feats com Zélia Duncan e Juliana Linhares brilham no disco
Em sua canção mais ouvida, “Salve Todas”, lançada em 2022, e que soma cerca de 5 milhões de execuções, Antonia cita nomes de mulheres que a inspiram. Uma delas é Zélia Duncan que, ao receber o convite para cantar com a artista em “Operária da Canção”, se identificou imediatamente com o tema da música: os altos e baixos da vida do artista independente, cantados com sarcasmo e bom humor.
“É um prazer e uma honra ter uma artista como a Zélia, que eu sempre admirei, cantando uma música minha, no meu disco! São as minhas palavras, meus acordes, minhas notas! E eu sempre quis compor algo que falasse sobre a minha experiência, pois apesar de vivermos num país muito cultural, o nosso meio é bastante precarizado. A música é quase um papo reto para aqueles que, algum dia, me propuseram permuta”, brinca Antonia, que é filha da harpista Cristina Braga e do músico Ricardo Medeiros.
Já ao lado de Juliana Linhares, ela apresenta a faixa “Será”, uma canção densa, de protesto, e que ganhou vida quando Antonia se sentiu atravessada por notícias sobre estupro, além do impactante caso de uma jovem de 11 anos que engravidou ao ser violentada e que foi coagida a desistir do aborto por uma juíza.
“Como mulher, artista e compositora, não tem como isso não me afetar. E convidei a Juliana para gravar, não apenas por considerá-la a melhor cantora da nova geração, mas também por sentir que ela carrega a técnica e a carga emocional necessária para essa letra. A Juliana canta com a alma e interpretou cada palavra com muita verdade”, afirma.
Relação com a internet inspira uma das músicas mais divertidas do disco
Antonia Medeiros tem uma relação íntima com os seus fãs na internet. A artista é dona de números impressionantes na rede: são mais de 800 mil seguidores no TikTok e 5 milhões de likes em seus vídeos; 1,6 milhões de views no YouTube; quase 2 milhões de streams no Spotify. A relação com as redes sociais foi a inspiração para a bem-humorada “Essa Vida de Internet”.
“Esse álbum é um compilado de desabafos e essa música fala, de maneira leve, sobre a relação conflitante e ambígua que eu tenho com as redes. Eu sou extrovertida, gosto de estar no holofote, mas ao mesmo tempo, essa vitrine que a internet se tornou, é um produto do capitalismo e a gente precisa estar sempre lá, com frequência, planejamento. Alimentar e ser alimentado. É bom, mas também gera angústia”, relata.
Samba feminista e muita sensibilidade
Outros destaques de “Operária da Canção” são as faixas “Esse Rapaz”, single lançado previamente e inspirado no relacionamento de Antonia com o músico Guilherme Imia; e “Razão de Ser”, faixa sensível que fala sobre aceitar, dentro de si, os sentimentos conflitantes e aquilo que te atravessa.
“Essa é uma música que fiz com a intenção de conversar com as gerações mais novas. No TikTok, estamos em contato com pessoas que estão vivendo a adolescência, e a gente vê como a ansiedade e a depressão são os maus dessa geração, talvez deste século. Na faixa, eu canto que é possível abraçar os sentimentos conflitantes. Isso traz uma visão de conforto, uma sensação de que vai ficar tudo bem”, explica Antonia.
Completam o álbum “Água”, uma singela canção cantada com um coro e toda à capela; e “Novas Linhas”, um samba feminista que evoca a união das mulheres.
FAIXAS
1 – Operária da Canção, com Zélia Duncan
2 – Esse Rapaz
3 – Razão de Ser
4 – Água
5 – Novas Linhas
6 – Essa Vida de Internet
7 – Será, com a Juliana Linhares
FICHA TÉCNICA
Voz e composições: Antonia Medeiros
Participações: Juliana Linhares e Zélia Duncan
Produção musical: Gabriel Quinto
Engenheiro de som, mixagens e masterizações: Tércio Marques
Produtora fonográfica: Antonia Medeiros
Violões e guitarras: Gabriel Quinto
Bateria: Estevan Cípri Barbosa
Percussão: Pablo Carvalho
Pandeiro solo: Tom Andrade
Baixo: Edu Simões e Ricardo Medeiros
Teclado: Rodrigo Tavares e Gabriel Quirino
Arranjo de sopros e trompete: Diogo Gomes
Saxofone: Jorge Continentino
Trombone: Marlon Sette
Piano: Antonio Guerra
Coro: Beatriz Coimbra, Katarina Assef, Luísa Lacerda, Déborah Cecília, Sanlai Fernandes, Carol Vanni, Mari Jasca, Gustavo Pereira, Cadu Fausto, Tom Andrade, Matias Corrêa, Zé Motta, Guilherme Imia, Gabriel Ruiz
Arranjo vocal e cordas: Alexandre Queiroz
Cavaquinho: Gustavo Pereira
Violinos: Gabriela Queiroz e Luísa de Castro
Viola: Samuel Passos
Violoncelo: Lisiane de los Santos
CAPA de ‘Operária da Canção’ – Foto de Aloysio Araripe
SOBRE ANTONIA MEDEIROS:
Antonia Medeiros é cantora, compositora, atriz e professora de música. Em março de 2021, lançou seu primeiro álbum autoral de 7 faixas intitulado “Motriz”, disponível em todas as plataformas de música. Filha de pais músicos, nascida no Rio de Janeiro, teve sempre a arte por perto na infância e adolescência. Fez aulas de violão, piano, flauta, violoncelo, harpa e canto. Sua primeira apresentação musical foi aos 4 anos na Sala Cecília Meirelles. Integra os grupos vocais Ordinarius e Consoantes, com os quais faz shows regularmente.
Com o Ordinarius, fez shows pelo Brasil e uma turnê internacional por 23 cidades do Japão em 2019. Integra também o duo 2 a 2, com o namorado Guilherme Imia, com o qual lançou composições inéditas, gravações e clipes. Formou-se em bacharelado em canto pela Unirio em 2019. Ao ingressar na faculdade de música em 2015, começou a se interessar pela composição e, atualmente, coleciona canções autorais. Em 2020, passou a se inscrever em concursos e festivais de música e, desde então, vem se destacando com suas composições, sendo “Salve Todas”, seu maior hit, que viralizou nas redes sociais, atingindo milhões de execuções. Dá aulas particulares de canto e violão, trabalha como professora de canto e ukulele na CIA Musical Andrea Lobato e foi monitora durante dois anos do Coro Cênico da Cesgranrio. Nesta instituição apresentou-se com o espetáculo “Raízes Indígenas” e participou do processo do espetáculo “Terra Brasilis”.
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