Álbum visual transcende universo da compositora mineira Clara Castro
Registrada ao vivo, em takes únicos, a obra estreia em todas as plataformas hoje (06)
A multiartista Clara Castro, natural de Barbacena (MG), atualmente baseada em São Paulo (SP), se prepara para mostrar ao mundo um novo álbum, Ana. Registrado ao vivo, faixa a faixa, em takes únicos de voz e violão, a obra entra em todas plataformas digitais. Os singles Fome de Gritar e A Torre foram trabalhados antes da chegada do álbum visual de sete faixas, que trabalha a intersecção de linguagem como conceito artístico: a gravação ao vivo do disco traz ao fundo imagens projetadas que remetem a memórias da artista e exploram, expressam e evidenciam o universo de cada música, valorizando a experiência extra sensorial proposta. Assista aqui.
O processo de conexão com seu mapa astral, fitas vhs com imagens da sua infância e também com seu primeiro jogo de tarot, inspiraram a cantora no processo de criação de seu álbum, que leva no título seu primeiro nome, Ana. “Buscava uma compreensão da arte enquanto forma concreta de estar no mundo e tinha o desejo de inverter a importância do processo sobre o resultado final na elaboração de um novo disco. Nessa caminhada, me conectei com os fios condutores que levaram ao nascimento do álbum”, revela a artista.
O registro do álbum visual foi executado por algumas etapas: para a captação foram dois dias de montagem e ensaio, três dias para o registro do material ao vivo – vídeo e som gravados em plano sequência, e por último, para as cenas da multilinguagem exibidas em todos os clipes, foi necessário um final de semana na casa da família da diretora, Ananda Banhatto, localizada em Monte Verde (MG).
A produção musical ficou nas mãos de Nathan Itaborahy, que se fez presente em todas as fases do projeto: “Os dias de montagem, ensaio e gravação foram muito intensos. O processo, que parecia simples de início, mostrou toda sua complexidade com a chegada da equipe audiovisual. O som soava diferente na sala toda ocupada, tivemos que negociar alguns posicionamentos de microfone e lidar com alguns vazamentos de sons de equipamentos da filmagem. Além disso, fiquei sem contato visual com Clara, o que implicou numa comunicação bem específica com a equipe e com ela. Foi um processo louco e de muito aprendizado. Inventamos juntos um jeito de fazer”, conta o produtor.
Além da gravação de voz e violão, acontecia simultaneamente a edição das três câmeras – trabalhando com um recuo limitado e também a operação ao vivo das imagens que estavam sendo projetadas nas telas ao fundo, ambas funções executadas por Ananda. “As projeções formam um jeito de me comunicar com aqueles outros tempos, comigo mesma e com quem mais estivesse lá. As canções de agora reunidas com as memórias são uma forma de me reconectar com quem sou, de brincar concretamente com essas memórias, que impregnam tudo o que existe aqui e agora”, revela Clara.
A artista dividiu sua obra dentro do contexto teatral, separando as unidades por atos, nos quais cada um tem um papel importante em representar fases de reconhecimento, ação, renascimento e reencontro dentro da obra. Clara acrescenta: “Ana revirou em mim o tempo, porque me colocou de frente com minha própria voz de um jeito muito despido. Me fez olhar num espelho torto e ver a graça da imperfeição. O disco me fez encarar o fato de que agora é preciso correr o mundo, encontrar mais gente e fazer do encontro alguma coisa – mais uma entre tantas coisas: o sentido de tudo”.
Capa
O artista responsável pela criação das capas dos singles Fome de Gritar e A Torre, Fernando Fernandes, manteve o mesmo conceito artístico usado como narração das artes anteriores. “Com a síntese da essência representada no corpo de vidro da luminária, a metade do rosto que se pode ver transforma-se em uma abstração do momento.”, pontua Clara.
Faixa a faixa
Fome de Gritar foi o single que abriu os trabalhos do novo álbum da cantora. A canção nasceu após uma conversa ao telefone com uma amiga de infância e foi inspirada na atual situação do mundo e na incapacidade de ação mesmo quando se quer o oposto. “Escrevi de uma só vez essa música. A letra e a melodia vieram juntas, nesse ar meio místico, suave e diminuto, compreensivo e inconformado. Assim mesmo, nesse paradoxo, como eu me sentia”.
Fé na Fé é fruto da parceria entre a artista e o produtor Nathan Itaborahy, que colaborou na composição da faixa que evidencia o zelo com a interpretação das melodias cantadas por Clara. “Essa música é uma urgência preguiçosa. É sobre o mundo cobrando movimento (mesmo em plena pandemia) e a busca pela fé (no que quer que seja) no tempo escasso do descanso. Fala também sobre um esforço de nos desprendermos dessa expectativa do mundo sobre nós. O olhar cético e racional imposto pelos formatos ocidentais, a cidade construída com base no fechamento das pessoas umas pelas outras, não é o único olhar possível”.
A colaboração da artista e Renato da Lapa resultou na música Canções Perdidas na Calçada (Passarinho). “Nas nossas andanças, compartilhando a vida da música e também o dia-a-dia, nos reconhecemos muito um no outro. Escrevi a letra como uma poesia-presente, enquanto pensava nele realizando qualquer atividade banal, o que ele faz sempre com destreza, porém desastre iminente”, conta Clara. A intersecção de linguagem presente no vídeo, conecta a Clara, criança no mar, com imagens atuais da multiartista também na água.
Astronauta, uma parceria com o amigo Douglas Poerner, narra uma visita curiosa ao passado da própria compositora, ressaltada pelas fitas VHS projetadas durante a apresentação, em conjunto com imagens de um vasto universo repleto de estrelas. “Essa música abriu também o portal do desejo de mergulhar na minha infância. Foi uma das canções que mais me emocionei enquanto fazia. Era como um consolo diante de todo o desconhecido que viria, como se dissesse: reconheça que o que você precisa está aqui dentro, vai ficar tudo bem”.
Uma das últimas músicas a entrar no repertório foi A Torre. A faísca da criação do segundo single a ser trabalhado do álbum, surgiu após uma chamada de vídeo com Laura Jannuzzi, sua parceira nesta música. Clara lembra: “Laura e eu temos muito em comum e essa identificação facilitou o processo criativo. Eu nunca havia feito uma música online em tempo real e, em nosso primeiro encontro, travei. Laura já tinha uma base de violão na cabeça e começou a cantarolar uma letra ali mesmo. Me identifiquei muito com tudo o que havia sido proposto ali”.
Usando o mesmo título de um livro publicado por Glória Bittar, sua progenitora, Gênesis ocupa um lugar de reconhecimento de sua ancestralidade. “A música foi criada depois de uma viagem minha com a minha mãe. Conversamos por dias, ininterruptamente. Nos abrimos muito uma com a outra. Naqueles dias, pude vê-la com outro olhar, acessando mais dos seus medos, imperfeições. Vista assim de dentro, achei minha mãe ainda mais bonita”, revela Clara. E completa: “Esse movimento é o que quero buscar pro resto da vida. Estar em constante procura. Admitir a necessidade de me perder pra me encontrar”.
Para fechar o álbum, a canção Hora de Acordar chega com uma harmonia minimamente orquestrada pelas vozes que se encontram em perfeita sintonia por Alice, Daniela Zorzal, Sarah Vieira e Tatá Rocha – que assina a composição da faixa junto a Clara. “Fiz a letra olhando pras ruas vazias. Pensando em tudo o que a gente fez até agora enquanto humanidade, olhando pra onde estamos agora: essa separação do nosso intelecto com a nossa natureza, as fissuras que a gente foi tapando na existência, perdendo a capacidade de ser parte do todo. É pra isso que penso que é hora de acordar. Somos parte de um todo tão maior. Pensar que dominamos o mundo é perder muita possibilidade de acessos mais profundos a essa complexidade inteira à qual pertencemos”, finaliza a artista.
ASSISTA AO ÁLBUM VISUAL AQUI
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FICHA TÉCNICA
Músicas
Fome de Gritar
(composição: Clara Castro)
Clara Castro | voz e violão
Fé na Fé
(composição: Clara Castro, Nathan Itaborahy)
Clara Castro | voz e violão
Canções Perdidas na Calçada (Passarinho)
(composição: Clara Castro, Renato da Lapa)
Clara Castro | voz e violão
Astronauta
(composição: Clara Castro, Douglas Poerner)
Clara Castro | voz e violão
A Torre
(composição: Clara Castro, Laura Jannuzzi)
Clara Castro | voz, violão e arranjo
Laura Jannuzzi | voz, violão de aço e arranjo
Gênesis
(composição: Clara Castro)
Clara Castro | voz e violão
Hora de Acordar
(composição: Clara Castro, Tatá Rocha)
Alice | voz, arranjo
Clara Castro | voz, arranjo
Daniela Zorzal | violão de aço, arranjo
Sarah Vieira | voz, arranjo
Tatá Rocha | voz, violão e arranjo
Ficha Técnica
Concepção e pesquisa | Clara Castro, Fernando Fernandes
Roteiro | Ananda Banhatto, Clara Castro, Fernando Fernandes
Direção artística | Ananda Banhatto, Fernando Fernandes
Produção executiva | Ananda Banhatto, Clara Castro, Esther Assis, Fernando Fernandes, Glória Bittar
Styling, figurinos, maquiagens e cabelo | Lívia Almeida
Áudio
Direção e produção musical | Nathan Itaborahy
Produção musical | Clara Castro
Captação de áudio | Bernardo Merhy
Mixagem e masterização | Luiz Otávio
Vídeo
Roteiro, voz e violão | Clara Castro
Direção | Ananda Banhatto
Diretor de fotografia e câmera | Leandro Mockdece
Segunda câmera | Ciro Cavalcanti
Terceira câmera | Rodrigo Ferreira
Produção | Esther Assis
Still | Ciro Cavalcanti e Rodrigo Ferreira
Cenografia & Montagem
Cenografia | Fernando Fernandes
Luminárias da Coleção Guarda Luz | F-Studio Design
Produção executiva | Glória Bittar, Esther Assis, Ananda Banhatto
Estrutura | Nestlé Artmontagens
Coordenação de montagem | Luís Cláudio da Silva Salgueiro (Nestlé)
Painéis de LED | Franklim Simões (Holofote)
Iluminação e gerador | Darlan Oliveira (Top Mais)
Montagem | Wallace da Silva Santos e André da Costa Lima
Imagens Externas e Projetadas
Elenco | Clara Castro
Roteiro | Ananda Banhatto e Clara Castro
Direção | Ananda Banhatto
Direção de fotografia e câmera | Leandro Mockdece
Produção executiva | Esther Assis
Figurinos | Lívia Almeida
Participações Especiais
Laura Jannuzzi | “A Torre”
Alice, Daniela Zorzal, Sarah Vieira, Tatá Rocha | “Hora de Acordar”
Catering
Plante a Terra Nova
Mega Pizza Quadrada
Vovó Zita
Margarete de Fátima da Cunha Alvino
Pesque Pague Rio Claro
Márcia Gehara
Agradecimentos
Ana Clara Banhatto
Anas Obaid
Augusto Pompeu
F-Studio Design
Glória Bittar
Inhamis
Osvaldo Fernandes
Vera Leitão
Vj Thutha
Gravado em Outubro de 2020.
Imagens ao vivo: Estúdio LáDoBê, Juiz de Fora (MG);
Imagens externas e projetadas: Fazenda Santa Elenice, Monte Verde (MG).
*Todos os protocolos de segurança em razão do COVID-19 foram seguidos.
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SOBRE CLARA CASTRO
Natural de Barbacena (MG), a cantora, compositora e atriz Clara Castro já demonstrava forte inclinação musical desde muito cedo. Aos 12 anos foi introduzida na música através de aulas de violão e logo teve sinais de sua veia compositora dois anos mais tarde, quando presenteou uma amiga com a canção ‘Sol’.
Formada em Canto pela Universidade de Música Popular, a artista fez residência artística no Grupo Teatral Ponto de Partida (MG), atuando em espetáculos do grupo pelo país. Em 2013 se mudou para Juiz de Fora (MG), onde entrou de cabeça na cena alternativa autoral da cidade e iniciou laços e conexões que a acompanharam na estrada por diversas regiões e também marcou o encontro com parceiros de composições presentes em suas obras até os dias de hoje. Em 2018, a artista rodou o Brasil com a turnê do álbum “Caostrofobia“, que foi produzido por Rodrigo Campello no Ministério Studios (RJ) e distribuído pela Som Livre.
Atualmente, em fase final do curso de Ciências Sociais e dedicando-se também ao curso técnico de Teatro, a compositora, atualmente baseada em São Paulo (SP), se prepara para o lançamento de seu novo trabalho: uma obra audiovisual gravada inteiramente em takes únicos, registrados ao vivo com som e imagem. Ana é um álbum visual com sete faixas, que estreia em todas as plataformas digitais
Com informações: CAFÉ 8 ASSESSORIA DE IMPRENSA