Entrevista com o guitarrista Augusto Licks, um dos fundadores da banda Engenheiros do Hawaii
Conversamos com o fundador e guitarrista da banda Os Engenheiros do HAWAII, Augusto Licks, que se reuniu novamente com o baterista Carlos Maltz e desde abril estão fazendo alguns shows para matar a saudade de seus eternos fãs.
LICKS e MALTZ estão de volta com a participação da banda tributo Engenheiros Sem CREA. As apresentações já passaram por Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília e Goiânia.
Como todos já sabem o vocalista Humberto Gessinger no momento não tem a pretensão de reunir a banda novamente e segue em carreira solo. Mas se até SLASH e AXL ROSE que se odiaram no passado estão juntos e os irmãos bad boys Gallagher se reuniram de novo com o OASIS, quem sabe o gremista uma hora não amolece seu coração e presenteia seus fãs com a reunião com seus antigos velhos e bons amigos de banda, não é ?
Mas LICKS e MALTZ estão ai, e nesta semana eles passam por Campinas, Ribeirão Preto e São Paulo, por isso conversamos com o guitarrista Augusto Licks para falarmos desse reencontro que está deixando os fãs nostálgicos e felizes.
Boomerang Music – Vocês já passaram por Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia e agora irão passar por São Paulo, local que teve uma grande importância para os Engenheiros do Hawaii. Como está a expectativa de reencontrar os fãs novamente?
Licks – Como se diz na gíria da crônica esportiva, “é grande a expectativa”. Em São Paulo tínhamos uma inteira confederação de Fã-Clubes de Engenheiros do Hawaii, a “Turma de Sampa”, liderada pela Margarete Gouveia. Havia mais de setenta FCs. Passados 31 anos, aquelas pessoas terão domingo a oportunidade de se reencontrar, e de ouvir novamente aquilo que foi a trilha sonora de suas juventudes, um show de sua banda favorita.
Boomerang Music – Acredito que depois de alguns shows que vocês já fizeram, vocês estão mais entrosados com o pessoal dos Engenheiro sem CREA, essa turnê pode se estender mais do que o planejado?
Licks – Quando nos reunimos pela primeira vez em abril em Porto Alegre, houve uma caravana de gente de todo o país, sem exagero, o que incluiu muita gente paulista.
Para nós será sempre uma satisfação enorme poder tocar pra quem quer nos ver e ouvir, e não é pouca gente, é só acompanhar as redes sociais e os pedidos insistentes. Ao longo desses primeiros shows temos ouvido declarações de amor, depoimentos emocionados, agradecimentos fervorosos por estarmos de volta. Então acredito que essa turnê ainda tem bastante chão pela frente. Já na semana seguinte estaremos de volta ao RS, onde tudo começou, e depois Belo Horizonte. Os shows têm sido rigorosamente como fazíamos quando Engenheiros, com muito pique e energia, e invariavelmente carregados de muita emoção na plateia, é só ver as imagens das apresentações de até agora. E claro, o entrosamento vai aumentando na medida que os shows se tornam frequentes, era o que acontecia na nossa época GLM.
Boomerang Music – Sobre o set list vocês tocam músicas de toda a discografia da banda? O repertório é fixo ou pode ser mudado conforme no decorrer da turnê?
Licks – A definição do set list do show aconteceu de maneira muito fácil, selecionamos as canções que consideramos mais significativas daqueles sete anos em que fomos uma banda, com um álbum novo a cada ano.
Mas além disso conseguimos também encaixar três canções que Engenheiros nunca tocavam ao vivo, então nossos fãs terão esse bônus a mais. E sim, é natural que alguns ajustes ocorram ao longo de uma turnê, sempre foi assim. Por exemplo, no primeiro show em Porto Alegre ainda não tocávamos “Anoiteceu Em Porto Alegre”, pois para aquele show tivemos pouquíssimos ensaios em função da logística geográfica: eu moro no Riode janeiro, o Carlos em Joaçaba SC, o Sandro em Esteio RS.
Boomerang Music – Os Engenheiros do Hawaii foram uma das maiores bandas do rock nacional, reunir dois integrantes da formação original depois de muito tempo deve estar sendo um grande barato, reviver aqueles bons momentos, e também tem a questão da amizade, a reunião Licks & Maltz pode ser duradoura daqui para frente?
Licks – O que eu posso dizer é que trata-se de um acontecimento, e um acontecimento feliz. Quem poderia imaginar Licks & Maltz tocando juntos depois de um afastamento de 31 anos ? Tínhamos nos falado pela última vez numa sala de tribunal. Palmas pro Sandro Trindade dos Engenheiros Sem CREA, que há anos vinha costurando essa reunião, e pra produtora Abstratti que viabilizou. É um gesto de paz nosso, uma demonstração e talvez exemplo de que em tempos de polarização e intolerância ainda é possível haver entendimento. Eu acredito firmemente que na música, como em outras manifestações artísticas, todas as diferenças acabam é enriquecendo o resultado, e é o que o público recebe. Estamos felizes por realizar isso, e a felicidade que enxergamos estampada nos rostos das pessoas é muito evidente.
Boomerang Music – Sei que é um assunto que já foi se falado e que sempre será, mas se houve a tentativa ou a expectativa futura de você se reencontrarem com o Gessinger para se tomar um café e que voltar a fazer alguns shows juntos seria trilegal?
Licks – Ele foi convidado, era pra ser uma reunião GLM (Gessinger, Licks & Maltz). Não aceitou, e deu entrevistas deixando claro que não quer voltar a tocar conosco. Então, só resta respeitar, é o livre-arbítrio.
Caso mude de ideia, nossas portas continuarão abertas, será benvindo.
Agradecimentos: TEDESCO Comunicação e Mídia