Registro inédito de Cazuza de canção feita em parceria com George Israel e Nilo Romero é lançado com clipe de animação feito por Humberto Barros

Mina, como vai? Como você cresceu!

 

Só uma fala banal, dessas que voam aos montes por aí. Nas mãos de Cazuza, porém, a fala vira verso inicial, estopim para o retrato de uma jovem independente, de olhos famintos (“dois aquários de morfina”), que “se vira na rua sozinha, com coragem e comprimidos”. Um retrato ainda mais fascinante por sair da voz de um narrador perplexo, que tenta aceitar que sua garotinha não é mais uma garotinha (agora, intranquilo, ele diz à menina que ela é “íntima de uns caras que eu te escondia”). Uma personagem do Rio da década de 1980 que circula com desenvoltura em 2021.

 

“Mina” sai do baú de Cazuza e ganha as ruas mais de 30 anos depois de o compositor registrá-la em estúdio — um registro de sua voz que ouvimos agora, pela primeira vez, no single lançado pela Universal Music, com clipe animado por Humberto Barros. Parceria do letrista com George Israel e Nilo Romero (trio que assina clássicos como “Brasil” e “Solidão, que nada”), a canção entraria no disco “Só se for a 2”, de 1987, mas acabou ficando fora.

 

Eu e George tínhamos uma mesinha de quatro canais, que gravava em fita cassete, e vivíamos fazendo músicas, gravando ali e dando as fitas pro Cazuza — lembra Nilo. — “Ele era uma usina de fazer letra. Quando ele ouvia já cantava alguma coisa na hora, levava a fita e no dia seguinte trazia a letra pronta. Podia mexer depois, mas nunca sofria pra fazer, era muito solto”.

 

Observador agudo, olhar de cronista, Cazuza sempre se inspirava no que via e vivia. “Mina” condensa meninas que circulavam pelo Baixo Leblon e, Nilo conta, bebe de uma situação específica que eles vivenciaram depois de um show em Araxá:

 

Saímos pra comer uma pizza e a determinada altura apareceu um cara querendo mandar numa das meninas que estava ali. ‘Esse aí me viu crescer e acha que é meu dono’, ela disse. Lá pelas tantas, o cara pegou uma faca, Cazuza defendeu todo mundo, jogou uma mesa nele, o segurança chegou… Um tempo depois, veio ‘Mina’.

 

George vê em “Mina” a marca de originalidade que Cazuza (e sua geração do Rock Brasil) trouxe para a música brasileira, de crônicas da noite “ácidas, viscerais”:

 

Tem algo da crônica do Jagger, do Dylan, do Lou Reed… Ele ia mais nessa de desnudar as pessoas, na linha ‘Honky tonk women’, essas coisas da night. Mesmo em canções lindas como ‘Codinome beija-flor’ tem um tracinho disso. O mais legal é que ele conseguiu fazer isso de uma maneira muito popular. Dentro do hit tem toda a profundidade social da observação das pessoas.

 

No caso de “Mina”, as pessoas observadas são a personagem-título, que exerce sua liberdade sem amarras, e o narrador que se esforça pra “não ser aquele cara chato” — mas não consegue evitar julgá-la (“esses caras do teu lado não ‘tão com nada”). É curioso que, numa leitura da época, a canção poderia soar machista, por trazer o olhar dele sobre ela — olhar que, com indisfarçável moralismo, a descreve como inconsequente, louca demais. Porém, para o ouvinte (e a ouvinte) do século XXI, é difícil não perceber o sujeito como um pai, tio ou amigo careta, e se identificar com a menina, hoje diríamos, empoderada (“na barra pesada, como uma rainha”).

 

Cazuza já dava as chaves para a leitura quando, logo depois de o narrador dizer que não quer “ser aquele cara chato”, o coro responde com um “E é” — que soa espertamente como “yeah”.

 

O clipe de animação (dirigido por Humberto Barros e Nilo Romero) traça em linhas mais fortes essa perspectiva atual, mostrando o narrador como um coroa de bengala que acaba sozinho na noite do Rio, enquanto ela aparece se relacionando com homens e com mulheres, cercada de amigos, o tempo todo alegre e dona de si.

 

“Mina” chegou a ser lançada por Leo Jaime, em 1990, e o próprio George Israel a gravou em 2007. Mas o registro de Cazuza se mantinha inédito até agora, quando chega às ruas com um arranjo refeito por Nilo. Ele chamou Rogério Meanda (guitarra) e João Rebouças (teclados) — músicos que, como ele, participaram da gravação original. Lourenço Monteiro (bateria) e Marcos Suzano (percussão) reforçam o time. O coro de Solange Rosa, Eveline Hecker e Paulinho Soledade é o mesmo de 1987 — assim como o frescor dos versos de Cazuza.

 

Esses personagens continuam existindo — nota George. — Talvez apenas com outras roupas.

 

Por Leonardo Lichote

 

Live de lançamento de “Mina”

 

No dia 9 de julho, às 16 horas, será realizada uma live no YouTube, que contará com a participação do músico, compositor e produtor musical Nilo Romero, do músico e compositor George Israel e do repórter e crítico musical Leonardo Lichote, com a mediação do artista e apresentador Gominho. Assista aqui: https://youtu.be/10r0i2Gk5HM .

 

 

 

 

 

 

Com informações: www.universalmusic.com.br

 Universal Music Brasil :: Departamento de Imprensa e Comunicação / PR

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Em 14/12/1979, há exatamente 46 anos atrás era lançado o terceiro álbum de estúdio da banda The Clash @the_clash "London Calling".

The Clash

Joe Strummer – vocais, backing vocals, guitarra rítmica, piano
Mick Jones – guitarra solo, piano, harmónica, backing vocals
Paul Simonon – baixo, backing vocals, vocal em "The Guns of Brixton"
Topper Headon – bateria, percussão

Músicos adicionais

Mick Gallagher – órgão
The Irish Horns – metais

Tracklist 

1. London Calling
2. Brand New Cadillac
3. Jimmy Jazz
4. Hateful
5. Rudie Can’t Fail
6. Spanish Bombs
7. The Right Profile
8. Lost In The Supermarket
9. Clampdown
10. The Guns Of Brixton
11. Wrong ‘Em Boyo
12. Death Or Glory
13. Koka Kola
14. The Card Cheat
15. Lover’s Rock
16. Four Horsemen
17. I’m Not Down
18. Revolution Rock
19. Train In Vain

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