Skank lança segundo EP do projeto “Os Três Primeiros”
A inédita “Algo Parecido”, primeiro single do novo projeto que contará ainda com mais uma canção inédita, está no Top 100 do Spotify Brasil
Quando o Skank apresentou a master de “Calango” na gravadora, em 1994, ouviram de forma até simpática que o trabalho era bom, mas que não enxergavam nenhum hit no disco. “Mas que tudo bem, afinal sem hit o primeiro tinha sido disco de ouro”, diz Samuel Rosa. Agora é a hora de dar um corte e relacionar as músicas do EP 2, da coleção “Os Três Primeiros” (álbuns) gravado pelo Skank ao vivo no carioca Circo Voador.
Vamos lá: “Pacato Cidadão”, “Jackie Tequila”, “Esmola”, “É Proibido Fumar”, “A Cerca”, “O Beijo e a Reza” e “Te Ver”. Conseguiu ler qualquer título de canção sem cantarolar um trecho da mesma? Pois é. Mas não foi tão simples assim.
Na época, a gravadora ia lançar um tributo ao Roberto Carlos, a versão de Lulu Santos seria o primeiro single, mas caiu e, no lugar, encaixaram a versão dos mineiros de “É Proibido Fumar”. “Teve clipe, foi para as rádios, mas não virou do jeito que esperávamos”, diz Samuel. “Achei de verdade que o Skank estava fadado a nunca ter um hit”.
Ouça aqui – https://SMB.lnk.to/SkankEPCalango
A lógica da gravadora até fazia sentido. As letras, mesmo as que se tornaram hinos, eram bem mais maduras do que a média. “C’est fini la utopia, mas a guerra todo dia/Dia a dia não” ou “E se não for, já foi/O bonde do desejo segue rumo/Caixa, bumbo e sexo/Saudade na rampa do mundo” são provas concretas disso.
Até que foram trabalhar “Te Ver”. “Essa foi a que unificou o cinturão”, conta Samuel em alusão ao boxe. “Foi o primeiro hit de verdade e abriu a porteira para as outras”. A um ponto em que dá para dizer que foi formada ali a Skankmania – a época de febre doentia pela banda, que alçou à vendagem milionária de “Calango”.
O grupo continuava fiel às questões sociais, muito baseado no modelo two-tone inglês, em que uma geração mesclou ska ao punk nos 70 para demolir preconceito e criticar sonoramente o abuso político. E fiel ao dancehall meets música brasileira, mas agora mais maduro. “Maturidade que não necessariamente equivale a popularidade”, pondera Samuel.
No caso, reverteu em popularidade, em época em que o rock nacional se encontrava num beco mal iluminado. O Cidade Negra lançou na mesma época “Sobre Todas as Forças” e os dois trabalhos viraram a cartilha do pop rock brasileiro na metade dos 90. “O Calango é o aperfeiçoamento do primeiro álbum, com as regalias de se estar numa (gravadora) major (Sony), com mais dinheiro para divulgação, clipes, e se aproxima de onde a banda queria chegar”.
Na real, não só chegou como ultrapassou o objetivo.
Assessoria de Imprensa – Sony Music