Lábios que beijei, primeiro single do novo álbum de Fagner, ganha as plataformas digitais
O álbum, que chega em novembro, reúne serenatas e canções gravadas por grandes cantores da era do rádio
Ouça o single: https://orcd.co/labiosquebeijei
O novo álbum de Fagner é uma seleção de serestas e clássicos da música popular gravados originalmente por grandes vozes da Era do Rádio, como Francisco Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva e Vicente Celestino. A seleção afetiva de Fagner reúne temas de Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa, Vinícius de Moraes e Chico Buarque, entre outros compositores.
A relação com essas canções começou em casa, nos tempos de criança: “Meu irmão Fares Cândido Lopes foi o grande seresteiro de Fortaleza, me criei ouvindo ele cantar com Evaldo Gouveia, grande compositor da MPB que era nosso vizinho e afilhado de meus pais. Na minha infância eu ouvia música de adulto, grandes seresteiros, especialmente Silvio Caldas, a quem considerava o maior. É uma homenagem ao meu irmão, eu devia esse disco”, relembra Fagner.
O primeiro single do álbum, que leva o título de “Serenata”, será “Lábios que Beijei”, que estreia nas plataformas digitais dia 16 de outubro, marcando a estreia de Fagner na gravadora Biscoito Fino. A canção foi o primeiro grande sucesso de Orlando Silva e nasceu como uma valsa de 12 versos, em 1937 (J. Cascata e Leonel Azevedo).
“Serenata” é mais uma parceria de Fagner com o produtor José Milton: “Ele é um grande amigo, parceiro da antiga. Estivemos juntos em momentos marcantes da minha carreira e ele já me convidou para cantar em outras produções de artistas como Angela Maria, Nelson Gonçalves, Nana Caymmi e tantos outros que enriqueceram a minha discografia”, pontua.
O novo álbum de Fagner inclui versões para Rosa (Pixinguinha/Otávio de Souza), Maringá (Joubert de Carvalho), Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, 1932), Serenata (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1935), Deusa da minha rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj), e As rosas não falam (Cartola), entre outras. Escolher o repertório não foi tarefa fácil: “Essa foi, talvez, a parte mais difícil – condensar em 12 canções tanta história -, e José Milton tanto ajudou como complicou essa escolha. Além de grande cantor e produtor, ele é um profundo conhecedor deste repertório”, finaliza o cantor e compositor cearense, que completou 71 anos no no dia 13 de outubro.
Lábios que Beijei
(J. Cascata / Leonel Azevedo)
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar assim
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar pedia
Que fosses sincera para mim
Nada tu ouviste
E logo partiste
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou a estátua perenal da dor
Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus, tem compaixão desse infeliz
Por que sofrer assim?
Compadecei-vos de meus ais
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Volta, dá lenitivo à minha dor
Foto por Jorge Bispo
Ficha técnica
Arranjo e Piano: Cristovão Bastos
Violão 7 Cordas: João Camarero
Violão: João Lyra
Violino: Daniel Guedes
Assessoria Biscoito Fino – Coringa Comunicação