Ivo Vargas traz indie caiçara e MPB universal no álbum de estreia, “Atalaia”
Trabalho mescla folk, indie rock e pop em canções em Português, Inglês, Holandês e Francês
A música brasileira que sempre permeou o trabalho do cantor, compositor e instrumentista Ivo Vargas ganha novos contornos em “Atalaia”, seu primeiro disco solo. Após uma longa vivência de projetos coletivos e assinando canções para outras vozes, agora é a vez de Ivo assumir seu lado de compositor e intérprete com uma visão mais plural e diversa das raízes da nossa música. Expandindo o conceito da sua MPB, o álbum canaliza uma gama de influências no que o artista denomina “indie caiçara”. O lançamento é do selo Cantores del Mundo, já disponível para streaming.
Ouça “Atalaia”: https://ingroov.es/atalaia
A sonoridade de “Atalaia” foi apresentada nos singles “Zo” e “Sol”, duas amostras da pluralidade do trabalho. Enquanto a primeira trazia tons de indie pop e folk com letras em Português, Inglês e Holandês, a segunda incorporou referências do indie rock e elementos rítmicos latinos absorvidos por Ivo ao longo de turnês pelos países da região. “Atalaia” é poliglota, da raiz etimológica de seu título às musicalidades e línguas que abarca.
“Atalaia provém do árabe, que significa um ‘lugar elevado onde se vigia, observa, sentinela’. Esse é o sentido do disco; a minha observação da vida, da natureza, das relações humanas e não humanas. É sobre isso que as letras de ‘Atalaia’ tratam. Também vem a ser uma homenagem a um ponto especial na região de onde nasci”, contextualiza Ivo Vargas, em uma referência ao Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, nas terras caiçaras de onde o artista é natural.
O álbum começou a ser desenvolvido em meados de 2017, durante uma turnê pela Europa com o guitarrista e compositor argentino Nicolás de Francesco no projeto Rio Rosa. Essa jornada trouxe um olhar mais pop e indie para o trabalho de Ivo Vargas. O conceito do disco foi elaborado com a fotógrafa Suzanna Tierie, diretora visual do disco e parceira em três composições. Já a identidade sonora foi completa pelos músicos Diogo Sili (guitarra, violão e banjo), Gabriel Barbosa (bateria) e Guilherme Marques (sintetizador), este último também responsável pela produção.
“Percebendo a necessidade de construir uma ideia de música que dialogasse mais com o meu gosto, e a necessidade dessa arte poder dialogar com o mundo, pensei um som mais moderno, com letras simples e composta também em outras línguas. Sempre ouvi muita música brasileira em geral, muita música do mundo, música clássica e rock and roll. O disco, sonoramente falando, é um resumo de toda essa influência que vai de Beethoven a Milton Nascimento, de Milton a Radiohead, de Thom Yorke a Belchior”, resume Ivo.
Experiente músico, cantor e compositor, o artista se volta para dentro em um álbum onde se re-apresenta enquanto autor e criador. Originário de Cabo Frio, ele atua na música desde os 17 anos como cantor, compositor e violonista. Em 2005 passou a integrar Giras Gerais, se unindo à sua irmã Júlia Vargas e a Claos Mozi, originando um EP “Cacos de Caos”, lançado em 2015. No álbum “Pop Banana”, da própria Júlia, Ivo aparece como compositor na faixa “Pedra Dura”, que a artista gravou com Ney Matogrosso.
Posteriormente, o grupo Iara Ira – que reúne Duda Brack, Juliana Linhares e Júlia – gravou “Negra Mata”, parceria de Ivo Vargas e Arthus Fochi na composição. Ivo se uniu a Fochi novamente em “Canção do Sol”, single lançado em 2020 onde cantam juntos. E no mesmo ano lançou seu single de estreia solo, “O Senhor H e Seu Bigode”, pelo selo Porangareté, com quem também gravou “Arara”, composição com Chico Chico e Salomão Pessoa.
Depois de tantas andanças, o álbum vem como construção e consolidação de sua identidade musical. “Ao mesmo tempo em que eu caminhava com a criação desse disco, eu pesquisava sobre a cultura da minha terra (Cabo Frio, cidade litorânea do estado do Rio de Janeiro), a cultura caiçara, e me entendia parte disso, buscando me expressar dentro desse contexto, depois de conhecer outras culturas, a fim de reconhecer e afirmar meu lugar. Assim nasce ‘Atalaia’ e o ‘indie caiçara’”, explica.
2021 tem sido um ano de novidades para Ivo Vargas. Dois Varguinhas, projeto formado ao lado da irmã para cantarem composições próprias e de amigos, ganhará um disco. E com o Rio Rosa, formado em 2016, tem um álbum para ser revelado também este ano. Como artista solo, em 2021 já revelou o EP “IVO”, pelo selo Cantores del Mundo, reunindo faixas gravadas em 2015 e neste ano. “Atalaia” chega para somar a esse caldeirão sonoro e cultural, já disponível nas plataformas digitais.
Ouça “Atalaia”: https://ingroov.es/atalaia
Ficha técnica
Gravado, editado e mixado por Guilherme Marques no Estúdio Frigideira.
Produção musical: Guilherme Marques
Co-produção: Arthus Fochi e Ivo Vargas
Músicos: Ivo Vargas (voz e violões)
Diogo Silli (guitarra/banjo/violões)
Guilherme Marques (sintetizador)
Gabriel Barbosa (bateria)
Participações:
Ivo Senra (sintetizador na faixa “Irá”)
Diego Matos (trompete na faixa “Dó e dor”
Direção artística (capa/conceito): Suzanna Tierie
Masterização: Alexandre Rabaço
Com informações: Nathália Pandeló Corrêa – Build Up Media – http://www.buildupmedia.com.br