No clipe de Deixa Ir, paraense Liège mostra saberes ancestrais da floresta para curar as feridas abertas por 2020
Patrocinado por Natura Musical via Lei Semear (PA), vídeo acompanha um ritual próprio das matriarcas da família da artista
Os saberes da floresta para cuidar da saúde, da alma, da vida. Deixa Ir é a quarta faixa lançada de Ecdise (Natura Musical), álbum de estreia de Liège, e vem acompanhado de um clipe inédito gravado na Ilha do Mosqueiro, região metropolitana de Belém do Pará, em outubro de 2020. O vídeo acompanha um ritual próprio das matriarcas da família de Liège, que tem origem indígena, evocando de modo poético essa Amazônia ao mesmo tempo ancestral e moderna. O projeto tem patrocínio Natura Musical via Lei de incentivo Semear (PA). VEJA AQUI
“Deixa Ir será a última faixa do disco a ser lançada antes da apresentação do álbum digital, porque, na verdade, é a síntese desse trabalho. Essa música é muito importante para mim porque resume os caminhos que percorri até a construção de Ecdise. Depois de passear por vários momentos na minha carreira, precisei voltar às minhas origens, reconhecer de onde vim para saber pra onde vou. Assim me reconectei com essa ancestralidade e pude entender melhor os caminhos que decidi seguir. Trouxe para o clipe gerações da minha família: minha bisavó, minha avó, mãe, eu e minha filha, através de um ritual próprio das matriarcas da família que tem origem indígena. Nós também somos responsáveis por perpetuar esses saberes, mantendo viva nossa cultura”, explica.
Foi durante o processo de mudança para São Paulo que a música nasceu. A penúltima música a entrar no álbum reflete esse momento de desprendimento da artista. “Essa música fala de um momento muito difícil pra mim, que foi a chegada a São Paulo, quando minha família ainda não tinha chegado, eu estava sozinha. Foi um momento em que eu duvidei do meu trabalho, que pessoas se afastaram de mim. No auge de uma crise de ansiedade, eu fiz Deixa Ir“, relembra.
A composição foi finalizada em estúdio com o produtor do disco, DJ Duh, o baixista Marcelo Cruz e a cantora e compositora paraense Marisa Brito, que fez a melodia e a direção vocal da faixa. Ao mesmo tempo que Deixa Ir fala de ancestralidade e traz referências de ritmos afro amazônicos, a faixa apresenta um som contemporâneo e pop, com beats e samples, sob o olhar atento e sensível de Duh.
“Ecdise é um grande disco, é Pop/World Music de características e abordagens únicas. Ele marca o reencontro de uma artista consigo mesma e com as suas origens. Nosso maior desafio foi fazer com que a obra soasse pop, brasileira, mas não prejudicasse a regionalidade dela”, explica Duh.
Com Deixa Ir, Liège se prepara para o lançamento digital de Ecdise em maio deste ano. O álbum vem com dez faixas e traz como convidades especiais como o paulistano Daniel Yorubá e Thiago Jamelão – que também atuou como diretor vocal.
O clipe de Deixa Ir
Gravado em outubro de 2020 na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém à beira do rio, o clipe documental apresenta os rituais das mulheres da família de Liège, que trazem saberes e rituais da floresta, muito presentes na vida de muitas mulheres amazônidas. Com direção de Carol Taveira, o clipe é uma peça fundamental para este novo trabalho, pois apresenta quem é Liège, de onde veio e o que ela almeja deixar de legado a partir da sua arte.
“A Amazônia é um assunto muito recorrente e que desperta curiosidade em todo mundo. Para mim, como artista do Norte do país, é muito importante poder mostrar como é nossa relação com a floresta de verdade, sem folclore ou clichês. É uma relação verdadeira que vamos construindo ao longo de nossas vidas e repassando por gerações. São as benzedeiras, os banhos de ervas, a força das águas dos rios e igarapés. Tudo isso faz parte de quem somos, é nosso ponto de partida”, completa a artista. “Nós queremos, sobretudo, contar a nossa história”.
A Ilha de Mosqueiro, balneário muito frequentado no verão paraense por conta de suas praias de água doce, foi o local escolhido como locação porque faz parte da história de Liège. Foi lá que a família dela nasceu e vive até hoje. Não à toa, Mosqueiro também aparece em Lava, primeiro single do álbum lançado ainda em 2020.
Ecdise foi selecionado no edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Pará (Semear), em 2019, ao lado de Lucas Estrela, Chico Malta e Thais Badú, por exemplo. No Pará, a plataforma já ofereceu recursos para 59 projetos até 2019, como Manoel Cordeiro, Dona Onete, Pinduca, Felipe Cordeiro e Luê. “O futuro que queremos construir é coletivo. Ele passa por momentos de tensão, mas, com a música, somos capazes de chegar a um lugar comum, respeitando a diversidade. Os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados por Natura Musical trazem a mensagem de que o futuro pode ser mais bonito com a música e com envolvimento de cada um de nós”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Sobre Jarina
No dia 1º de março, Liège lançou a Jarina – Saberes Ancestrais, canal/loja idealizada pela artista para vender produtos relacionados direta e indiretamente com sua carreira musical, contando outra parte de sua história, que trata da conexão ancestral, indígena e matriarcal com a natureza, benzimento, artesanatos e rituais espirituais das mulheres de sua família. Com a loja, a artista espera fomentar a carreira e vice-versa, abordando conteúdos correlacionados, agregando valores como sustentabilidade, consumo consciente e reconexão com a natureza e ancestralidade, que estão presentes na vida e obra da artista.
Sobre Liège
A cantautora paraense Liège é uma das novas vozes da MPB contemporânea. Com uma sonoridade marcada pela MPB, batidas eletrônicas e ritmos afro amazônicos, a música de Liège é dançante e envolvente. A artista, que já se apresentou nos Estados Unidos e em importantes palcos da cena autoral brasileira – Festival Se Rasgum (PA), Casa do Mancha (SP) e Circuito SESC de Cultura (SP) – reserva para 2021 o lançamento de seu primeiro disco pelo Edital Natura Musical via Lei Semear.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 159 milhões no patrocínio de mais de 500 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento às cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de lives, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos, agora digitalmente.
Foto: Jonas Amador
Assessoria de Imprensa | Natura Musical