Vinícius Sarmento lança primeiro álbum solo
Jovem músico pernambucano, considerado um dos grandes violonistas da atualidade, apresenta versões inspiradas para composições de Paulinho da Viola, Caetano Veloso e Henrique Annes, entre outros
Aos 28 anos, Vinícius Sarmento possui um currículo de respeito. Apontado como um dos principais violonistas do Brasil, o músico natural de Recife (PE), já trabalhou (tanto no Brasil, como no exterior) com artistas como Dominguinhos, Yamandu Costa, Robby Marshall, Junio Barreto, Lula Queiroga e Lucas dos Prazeres. Seu primeiro disco solo chega hoje, 11 de dezembro, aos aplicativos de música.
Em seu debut fonográfico, o jovem ás das 7 cordas revela múltiplas qualidades ao assumir também a produção, direção musical e arranjos das 10 faixas, além de apresentar uma característica, que na verdade está mais para um pré-requisito básico para qualquer artista/intérprete que vislumbre o sucesso: o bom gosto na escolha do repertório. Vinícius uniu uma constelação de grandes compositores, como os “monstros sagrados” da MPB Caetano Veloso e Paulinho da Viola e bambas do violão 7 cordas, como Radamés Gnattali, Henrique Annes, Garoto e Lalão. Vinícius Sarmento ainda nos brinda com uma música de sua autoria, a singela “Canção pra Elena”.
Outro ponto que merece destaque é o esquema de gravação que foi planejado para que durante a audição o ouvinte tenha a sensação de que o violão está sendo tocado bem na sua frente, conseguindo assim perceber toda a sutileza da performance e os timbres do instrumento. “Para obtermos esse efeito a microfonação foi estudada e diversas vezes testada antes da gravação começar. O violão foi captado por 7 microfones, sendo um par bem em frente ao Vinícius para pegar o som do braço e do bojo. Outro microfone foi colocado próximo à parte de baixo do violão para captar o som grave. Os outros 4 microfones foram usados para explorar a ambiência e a excelente acústica da sala do estúdio, sendo 2 abertos para fazer uma ‘figura estéreo’ e mais 2 formando uma ‘figura X’, estrategicamente direcionados para o Vinícius a uma distância de 3 metros” – explica Jeff Moura, co-produtor executivo do projeto.
Gravado no Estúdio Muzak (Recife-PE), o álbum auto-intitulado conta ainda com as participações especiais de Bráulio Araújo (Contrabaixo acústico), Bozó (Violão 7 cordas) e Júlio Cesar Mendes (Acordeon).
Faixa a faixa por Vinícius Sarmento
01 – Choro pra Yamandu – “Choro do meu conterrâneo e gênio do violão Lalão, em homenagem ao grande violonista gaúcho. Só foi gravada pelo próprio Yamandu até então. É a faixa que escolhi pra abrir o disco, por vários motivos, o mais importante entre eles a música em si, seu equilíbrio entre virtuosismo e sonoridade. Contou também o fato de ser um choro pernambucano”
02 – Com mais de mil – “Choro do Canhoto da Paraíba, muito conhecido e executado no meio violonístico. Foi um atrevimento gravá-lo, visto que alguns dos maiores violonistas brasileiros o fizeram em seus discos: Raphael Rabello, Marco Pereira e Yamandu Costa, por exemplo. De qualquer forma é uma música que sempre esteve no meu repertório e que eu sempre imaginei como fazendo parte do meu primeiro disco”
03 – Recife antigo – “Valsa do grande compositor e violonista pernambucano Henrique Annes, foi uma das últimas a entrar no disco. Como o próprio nome sugere, é uma música carregada de nostalgia, uma ode ao passado, uma busca da beleza pela simplicidade”
04 – O ciúme – “Queria trazer algo da canção brasileira pro disco e escolhi essa música de Caetano Veloso, que é um compositor que marcou profundamente algumas épocas da minha.vida”
05 – Inesquecível – “Um dos choros mais bonitos de todos os tempos. Choro de Paulinho da Viola, composto em 1972. Seu nome nasceu da intenção do autor de prestar uma homenagem àquele que muitos consideram o maior músico de choro de todos os tempos: Jacob do Bandolim. Até onde eu sei, não foi muito gravado por violonistas”
06 – Sinal dos tempos – “Peça menos conhecida de Garoto, autor de verdadeiros clássicos do violão brasileiro. A conheci através do disco de Paulo Belinati e desde então ela não saiu mais do meu repertório. Até hoje custo a entender sua menor projeção em relação a outras músicas do mesmo compositor”
07 – Vininha – “Valsa dedicada a mim, composta pelo meu pai, Nuca, quando nasci. Aqui sou acompanhado pelo meu tio Bozó, um dos maiores violonistas de sete cordas do Brasil”
08 – Canção pra Elena – “Única composição minha no disco. É uma canção singela, de amor e despedida. Esteve presente na trilha sonora da série “A Mulher do Fim do Mundo”, de Hilton Lacerda”
09 – Choro pra Rossini – “Choro do meu pai em parceria com o bandolinista Marco César, em homenagem ao bandolinista e compositor pernambucano Rossini Ferreira. Uma das melodias mais bonitas que eu conheço. Nessa faixa conto com o acordeão de Júlio César Mendes”
10 – Tocata em ritmo de samba II – “Sou alucinado por essa música desde criança, quando a ouvi pela primeira vez numa gravação ao vivo com Raphael Rabello e Dininho. Sempre esteve decidido que ela estaria no meu primeiro disco, é uma das coisas que eu mais gosto de tocar”
Sobre o artista
O violonista Vinícius Sarmento é natural de Recife-PE, e nasceu em uma família de músicos. Sob a influência do seu pai, Nuca Sarmento, e do seu tio, Bozó, conviveu desde cedo com importantes músicos do choro pernambucano, como Henrique Annes, Lalão, Canhoto da Paraíba, Jacaré, Beto do Bandolim, Marco César e Dalva Torres, entre outros.
Vinícius é apontado como um dos principais violonistas do Brasil na atualidade e carrega no seu currículo uma série de parcerias, incluindo Dominguinhos, Yamandu Costa, Henrique Annes, Geraldo Maia, Zé Manoel, Lula Queiroga e Lucas dos Prazeres.
Em 2010, então com apenas 18 anos, gravou, juntamente com Geraldo Maia e Lucas dos Prazeres, o disco “Ladrão de Purezas”, uma homenagem ao compositor pernambucano Manezinho Araújo, lançado pela Biscoito Fino. Também com Geraldo Maia, em 2013, realizou um intercâmbio cultural na cidade de Fafe, Portugal.
Ainda em 2013, tocou na Feira Literária de Frankfurt (Alemanha) com o compositor pernambucano Junio Barreto. Em 2015, o renomado violonista Yamandu Costa apresentou a série “Sete vidas em 7 cordas”, uma sequência de sete episódios contando a história do instrumento no país a partir de sete violonistas brasileiros, sendo Vinícius o único representante nordestino.
Ainda em 2015, passou uma temporada de três meses na Europa, apresentando-se em cidades como Paris, Marselha, Londres, Madrid, San Sebástian, Porto e Vigo, entre apresentações solo e duos com a cantora venezuelana Yoyo Borobia, o clarinetista americano Robby Marshall e o multi-instrumentista brasileiro Anselmo Netto.
Em 2017 sua composição “Canção pra Elena” fez parte da trilha sonora da série “A Mulher do Fim do Mundo”, de Hilton Lacerda. Em 2018 participou das celebrações dos dez anos do Centro Cultural Brasil-Cabo Verde, onde ministrou uma oficina de violão brasileiro com mais de quinze músicos cabo-verdianos, além de ter se apresentado no Palácio da Cultura Hildo Lobo e na cidade de Mindelo.
Em 2020 Vinícius Sarmento lança seu primeiro disco solo.
Tracklist:
01 – Choro Pra Yamandu (Lalão)
02 – Com mais de mil (Canhoto da Paraíba)
03 – Recife antigo (Henrique Annes)
04 – O ciúme (Caetano Veloso)
05 – Inesquecível (Paulinho da Viola)
06 – Sinal dos tempos (Garoto)
07 – Vininha (Nuca)
08 – Canção pra Elena (Vinícius Sarmento)
09 – Choro pra Rossini (Nuca / Marco Cézar)
10 – Tocata em ritmo de samba II (Radamés Gnattali)
Ficha Técnica
Produção, direção musical e arranjos: Vinícius Sarmento
Produzido de setembro de 2019 a março de 2020 no Estúdio Muzak (Recife-PE)
Gravação, mixagem e masterização: André Oliveira
Projeto gráfico: Adeildo Leite
Fotos: José de Holanda
Produção executiva: Sílvio Batusanschi e Jeff Moura
Participações:
Bráulio Araújo – Contrabaixo acústico: Faixas 01, 06, 10
Bozó – Violão de 7 cordas: Faixa 07
Júlio Cesar Mendes – Acordeon: Faixa 09
Com informações: Batucada Comunicação