Simone Mazzer lança seu quarto álbum “Deixa ela falar” que chega às plataformas via Biscoito Fino
Ouça o álbum: https://orcd.co/deixaelafalar_simonemazzer
“Simone Mazzer traz dentro de si a voz e a potência criadora da vida, uma cultura genética responsável por renovar o desejo e a capacidade de geração do novo ser. Lançando novas ideias para um futuro mais humano, mais cooperativo. Melhor”. Bernardo Vilhena
O quarto álbum de Simone Mazzer, Deixa ela falar, chega às plataformas de streaming dia 30 setembro, pela gravadora Biscoito Fino. Em um álbum que tem como fio condutor a quebra de padrões, as mulheres estão em maioria. O trabalho é resultado ainda da parceria artística e musical de Simone Mazzer com Antônio Fischer-Band e Arthur Martau, o duo ANT-ART: eles se revezam nos instrumentos, criando orquestrações e sonoridades para as dez canções do álbum.
Simone conheceu “Deixa ela falar”, música título do projeto, assistindo ao espetáculo “Outros”, do grupo mineiro Galpão. “A canção de Lydia Del Picchia e Luiz Rocha me chamou muito a atenção pela letra, que fala sobre esse sistema regido por um padrão que não contempla a todos”, pontua Simone, que integrou durante vinte anos a Armazém Companhia de Teatro.
“Sem Lei”, parceria inédita de Duda Brack e Iara Rennó, nasceu de um poema que Duda escreveu depois de assistir a um show de Mazzer. “Fiquei muito lisonjeada, porque é muito bom saber como o seu trabalho reverbera nas pessoas”. Duda entregou o poema para a Iara Rennó que fez a música de um dia para o outro. Já “O crime” é uma parceria inspirada de Jards Macalé e Capinam. “Eu a conheci em 2018, quando separávamos repertório para um show que fizemos juntos, Macalé e eu. Ele tocou essa música no violão e eu fiquei hipnotizada!”, lembra Simone, que a incluiu naquele show e a registrou agora: “Fiz questão de trazer O Crime para o álbum, porque ela trata de muitos sentimentos que ocorrem no universo feminino forçosamente padronizado que a gente vive.”
A quarta faixa é um clássico de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, tatuado em nossa memória na voz de Elis Regina. “Acho que por toda representatividade que ela tem, achei desafiador incluir Arrastão no disco. Eu realmente acredito que existem músicas que a gente não deve mexer, e a interpretação da Elis é irretocável. A nossa versão é uma homenagem à mulher que a Elis foi, a importância que a música ganhou na voz dela, então, não tem malabarismos para interpretar Arrastão. É só deixar a música brilhar”.
“Mulheres livres” (Bernardo Vilhena, Arthur Martau, Simone Mazzer) foi um presente de Bernardo Vilhena, artista que Simone admira há décadas e de quem se aproximou na pandemia. “Conversei muito sobre este projeto com o Bernardo e ele me apresentou essa letra. Mostrei aos meninos e o Martau fez a música. Hoje em dia, é importante não ter medo de ser óbvio e eu acredito muito no que essa música diz”, completa Mazzer, destacando ainda a levada rock com violão de aço que o arranjo sublinha. Além de figurar como compositor, Bernardo Vilhena é creditado como “paráclito” na ficha técnica (*), definição que Simone encontrou depois de descartar várias outras: “Fiquei procurando um termo no qual o Bernardo coubesse e encontrei paráclito! Achei divertido e resolvi adotar essa palavra, porque o Bernardo é mesmo o cara que encoraja, que anima, que intercede pela gente”.
Canção lançada como single em 2018, “Corpo” (Luisão Pereira) ganhou novo arranjo e orquestração: “Costumo dizer que esta música é o embrião do novo projeto, porque lá em 2018, eu já queria falar sobre esses corpos marginalizados, silenciados, invisibilizados. Ela foi o botão de start de tudo”, reforça Simone. Duda Brack compôs ainda “Desmanche”, em parceria com Martau, Fischer e Mazzer. “A Duda tinha essa melodia linda e nós a finalizamos juntos, eu, ela e os meninos. É um passeio por ritmos, andamentos, divisões, que tem muito a cara do duo Ant-Art, mas com o qual eu me identifico demais. Eu não sou compositora, mas ajudei com algumas frases, algumas palavras, e dando o título da música”.
“Conta Marinheiro” tem as assinaturas Eduardo Dussek e Luiz Carlos Gois. “Ela é tão importante para mim que não consigo imaginar o disco sem esta música. É também um presente que o Dussek me mandou pelo Messenger, ele cantando ao piano. É quase uma opereta, é muito imagética, dramática. É a minha cara e fala dessa mulher, desses corpos, dessas idas e vindas, desse mar revolto que é a vida, das pessoas que são deixadas para lá. Não poderia deixar de cantá-la”.
“Corporal” é mais uma inédita do disco, composta por Ava Rocha a pedido de Simone. “Isso tem um sabor inigualável, saber que a Ava parou pra compor letra e música pensando em mim, pra eu cantar. Os meninos transformaram Corporal numa grande festa, numa celebração ao corpo que temos. Eu chamei o pessoal da família que eu escolhi na vida, o pessoal do Buraco Show, pra fazer os vocais. É um coral de amores”, define Mazzer. “Olhos nus”, última canção de “Deixa ela falar”, entrou depois do repertório já fechado. “Encontrei o Yantó em São Paulo e ele me contou que tinha voltado a compor. Pedi pra conhecer algumas músicas: ele me mandou a primeira, que eu achei ótima, e depois me mandou Olhos nus. Eu fiquei de boca aberta. No final das contas, tirei uma música do disco para dar lugar a ela. Chamei o Marco Scolari, que toca comigo há quase 30 anos, pra fazer o arranjo de piano”, completa.
A capa do álbum reproduz a obra criada pela artista plástica Márcia Falcão; “Thiago Sacramento, meu marido, que também é um artista visual, me apresentou o trabalho da Márcia. Fui até ela, expliquei o meu trabalho e ela amou!”, celebra Simone Mazzer.
(*) Ficha Técnica
Direção Geral: Simone Mazzer
Produção Musical: Antonio Fischer-Band & Arthur Martau (ANT-ART)
Paráclito: Bernardo Vilhena
Direção de Arte & Programação Visual: Thiago Sacramento
Pintura, Croquis & Objeto: Márcia Falcão
Fotos: Gabriela Perez
Com informações: CORINGA Comunicação